Sexta-feira, 11 de Julho de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 10 de julho de 2025
A Polícia Civil cumpriu ordem de prisão preventiva, nessa nessa quinta-feira (10), contra o soldado da Brigada Militar (BM) que matou a tiros um jovem algemado com as mãos para trás. Cometido no dia 4 de março na cidade de Bom Jesus (Campos de Cima da Serra), o crime foi gravado em vídeo de celular por testemunha anônima que enviou em junho as imagens ao Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS).
O autor dos disparos tem 32 anos e já está com sua atividade restrita a expediente interno pela Corregedoria da corporação desde que passou a ser alvo de inquérito. Ele foi encontrado em casa e foi conduzido a uma Delegacia no município de Vacaria, onde preferiu ficar em silêncio durante o interrogatório.
Seu destino provisório agora é uma cadeia especial para policiais. “(…) A prisão preventiva é a única medida proporcional à gravidade do fato, além de necessária para garantir a lisura do processo diante da periculosidade do investigado e de sua disposição em fraudar a apuração”, justifica o Ministério Público no site mprs.mp.br.
Seu advogado de defesa, entretanto, manifestou-se contra a medida, sob o argumento de que o investigado não tentou obstruir a investigação.
Outros três brigadianos gravados durante o incidente também permanecem afastados do trabalho de policiamento. Todos são homens e não tiveram seus nomes divulgados. Além do homicídio, pesa contra o grupo a acusação de fraude processual, por terem mentido no boletim de ocorrência para simular legítima defesa dos PMs após o suspeito avançar de faca sobre eles durante uma blitz.
O incidente
De acordo com a apuração do crime, a vítima tinha 19 anos e estava no banco de trás de um automóvel de transporte por meio de aplicativo, quando o motorista recebeu ordem para encostar o carro. Os policiais então constataram no sistema que o rapaz tinha contra si uma ordem de prisão por ter ateado fogo à casa da namorada.
A Polícia investiga o que ocorreu entre a abordagem e o desfecho fatal. O vídeo registrado pela testemunha mostra um dos soldados disparando duas vezes contra o suspeito. Um dos tiros foi desferido com a vítima já caída – a autópsia revelaria outras duas perfurações a bala antes disso. Falta, ainda, a conclusão da análise balística, dentre outros procedimentos.
O caso era tratado pela Corregedoria da BM com base no relato dos policiais, mas sofreu reviravolta em junho, quando chegou ao MPRS a gravação feita pela testemunha. A expectativa é de que o laudo final seja concluído em até agosto.
(Marcello Campos)
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