Segunda-feira, 29 de Dezembro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 28 de dezembro de 2025
Brigitte Bardot, atriz francesa ícone do cinema e ativista dos direitos dos animais, morreu neste domingo (28) aos 91 anos, em sua casa, em Saint-Tropez, no sul da França.
A informação foi confirmada pela Fundação Brigitte Bardot, que era presidida pela atriz. A causa da morte não foi divulgada.
A artista foi hospitalizada em outubro deste ano em Toulon para passar por uma cirurgia, mas teve alta no mesmo mês.
Nascida em 28 de setembro de 1934, em Paris, ela se tornou, ainda jovem, uma das figuras mais reconhecidas do cinema mundial.
Seu papel em “E Deus Criou a Mulher” (1956), dirigido por seu então marido Roger Vadim, a consagrou como um símbolo de sensualidade e liberdade que ajudou a moldar a cultura pop da década de 1960.
No longa-metragem, a atriz dança mambo descalça, com o cabelo solto sobre uma mesa e com a saia aberta até a cintura, cena que provocou escândalo na época.
O filme chegou a ser censurado em Hollywood, mas consolidou Bardot como símbolo sexual.
Foi nesse período que a atriz passou a influenciar não apenas o cinema, mas também a moda e o comportamento. O cabelo loiro platinado, propositalmente desalinhado, e o delineado preto marcante nos olhos se tornaram sua assinatura estética, copiada por mulheres em diferentes países.
Ao longo de sua carreira, Bardot estrelou cerca de 50 filmes e também teve atuação como cantora e modelo, tornando-se uma das artistas mais fotografadas e comentadas de sua geração.
Nos anos 1960, consolidou seu prestígio artístico com atuações em dois clássicos: “A Verdade” (1960), de Henri-Georges Clouzot, e “O Desprezo” (1963), de Jean-Luc Godard.
Também participou de produções como “Viva Maria!” (1965), de Louis Malle, ao lado de Jeanne Moreau, “O Repouso do Guerreiro” (1964), novamente com Vadim, e “As Petroleiras” (1971), em que contracenou com Claudia Cardinale.
Bardot nasceu em uma família burguesa e teve uma formação artística precoce. Aos 13 anos, iniciou os estudos de balé clássico e, aos 15, passou a trabalhar como modelo — trajetória que abriu caminho para sua entrada no cinema.
Irreverência, música e ativismo
A persona pública de Brigitte Bardot extrapolava a arte.
Desde cedo, ela chamou atenção por desafiar convenções sociais: apareceu de biquíni no Festival de Cannes em 1953 e, anos depois, compareceu ao Palácio do Eliseu usando calças, em um período em que mulheres eram esperadas em saias ou vestidos em eventos oficiais.
A atriz teve quatro maridos: Roger Vadim, Jacques Charrier, o milionário Gunter Sachs e o industrial Bernard d’Ormale, seu companheiro até os últimos dias.
Ela também se envolveu com atores como Jean-Louis Trintignant e Sami Frey; e músicos como Gilbert Bécaud, Serge Gainsbourg e Sacha Distel.
Essa sucessão de relacionamentos, vivida sem discrição e sem pedido de desculpas, contribuiu para que Bardot fosse vista como símbolo de autonomia feminina em plena revolução sexual.
A pensadora feminista Simone de Beauvoir resumiu o incômodo que ela provocava: “Ela faz o que lhe agrada, e é isso que perturba”.
Em 1967, Bardot iniciou uma carreira paralela como cantora, com relativo sucesso. Em parceria com Serge Gainsbourg, gravou músicas que se tornaram populares na França, como “Harley Davidson” e “Bonnie and Clyde”. Com informações do portal G1.