Quarta-feira, 22 de Outubro de 2025

Home Brasil Cai em um ano a proporção de crianças brasileiras com menos de 12 anos que possuem celular

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Em apenas um ano, o Brasil registrou uma queda na proporção de crianças com menos de 12 anos que já possuem aparelho celular.

É o que apontam os dados da pesquisa TIC Kids Online Brasil, que analisa o comportamento digital na infância e adolescência.

Segundo a pesquisa do Cetic.br (Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade de Informação), em 2025, 55% das crianças de 9 a 10 anos já tinham um celular. Um ano antes, essa proporção era de 67%. Entre as crianças de 11 e 12 anos, também houve redução no período, passando de 79% para 69%.

Entre os adolescentes de 13 e 14 anos, houve elevação de 1 ponto percentual —com 78% dessa população tendo posse de um aparelho celular. Já entre os de 15 a 17 anos, a proporção caiu de 99% para 95%.

A pesquisa entrevistou 2.370 crianças e adolescentes de 9 a 17 anos, além dos seus pais ou responsáveis. As entrevistas foram feitas entre março e setembro de 2025.

Para Luisa Adib, coordenadora da pesquisa, a queda na posse de celular, especialmente entre os mais novos, pode ser um reflexo do aumento do debate público sobre a proteção de crianças e adolescentes no ambiente digital.

A queda da proporção de crianças com celular também foi acompanhada pela diminuição do uso de internet nas escolas, que atingiu o menor patamar desde 2020, sendo acessada por 37% dos entrevistados. Em 2024, 51% diziam usá-la no ambiente escolar.

Em 13 de janeiro deste ano, o presidente Lula (PT) sancionou lei que veta o uso dos aparelhos em unidades de ensino de todo País. A medida passou a valer para todas as etapas da educação básica.

A proibição ao uso de celular e outros dispositivos eletrônicos móveis (como tablets e relógios conectados à Internet) por parte dos alunos vale em todo o ambiente escolar, tanto nas aulas quanto nos recreios, intervalos e em atividades extracurriculares. As exceções estão previstas em situações que envolvam acessibilidade, inclusão, condições de saúde ou garantia de direitos fundamentais.

“A gente vê que a queda da posse do celular por crianças mais novas pode estar associada à efervescência do debate público sobre a restrição do uso de celular nas escolas”, diz Luisa.

Para ela, o avanço de outras discussões também pode ter colaborado para que pais e responsáveis tenham adiado a entrega dos celulares para os filhos. Por exemplo, a aprovação do ECA Digital (Estatuto Digital da Criança e do Adolescente), que traz mecanismos para garantir um ambiente digital mais seguro e saudável para esse público.

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