Quinta-feira, 25 de Abril de 2024

Home em foco Calcule sua “inflação pessoal” e veja onde é possível economizar

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A inflação oficial no País, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), subiu 1,16% em setembro na comparação com agosto, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mas a inflação que os consumidores “sentem no bolso” é bem diferente das estatísticas divulgadas mês a mês pelo órgão de pesquisas.

Isso porque, enquanto no IPCA é avaliada uma cesta de mais de 300 produtos e serviços no país, a inflação pessoal depende de fatores como hábitos de consumo, renda e número de pessoas que moram na mesma casa.

Se o que o consumidor costuma comprar não subir mais que a média, o impacto para ele será menor em comparação com aquele que está consumindo justamente a cesta de produtos e serviços com maior variação de preços.

As famílias de menor renda, por exemplo, dedicam parcelas maiores dos gastos à alimentação. As com maior renda reservam boa parte do orçamento para educação, saúde e lazer. Quem tem carro, por exemplo, vai sentir mais no bolso a alta da gasolina. Quem come mais carne vai sentir mais se esse produto subir.

“A inflação é percebida de maneira diferente de acordo com a quantidade de pessoas e da configuração da família, além da renda que determina a cesta e das preferências do consumo. Esse tripé faz com que as pessoas sintam a inflação de forma diferente”, explica André Braz, o coordenador do Índice de Preços ao Consumidor da FGV-Ibre.

“É por isso que a inflação tem um peso diferente no dia a dia de cada um. Ela pode ser percebida através dos reajustes anuais nas mensalidades escolares, nos produtos mais caros no supermercado e no aumento nas contas de consumo, como água e luz, por exemplo”, acrescenta a educadora em finanças pessoais, Carol Stange.

Por isso, os dois especialistas afirmam que é importante os consumidores serem capazes de calcular a sua ‘inflação pessoal’.

Fazendo as contas

Da mesma forma que o IBGE calcula o IPCA comparando a variação dos preços de um período para outro, os consumidores podem anotar todas as suas despesas para saber quanto e em quais itens eles estão gastando mais.

Veja o passo a passo:

1) Para facilitar, o consumidor pode anotar os gastos usando o mesmo critério utilizado pelo IPCA, que inclui nove grupos de despesa para fazer a pesquisa. São eles:

Alimentação: aqui entram itens como alimentos e bebidas consumidos e também as refeições fora de casa.

Habitação: itens como água, energia elétrica, gás e aluguel.

Artigos de residência: itens como mobiliário, eletrodomésticos e eletroeletrônicos.

Vestuário: itens como roupas, calçados, joias e bijuterias.

Transportes: itens como combustíveis, transporte público, passagem aérea e despesas com automóvel.

Saúde e cuidados pessoais: itens como despesas médicas, medicamentos, plano de saúde e produtos de higiene e beleza.

Despesas pessoais: itens como cabeleireiro, hospedagem, recreação e empregado doméstico.

Educação: itens como mensalidades de escola, cursos e material de papelaria.

Comunicação: gastos com itens como telefonia, internet, streaming e TV por assinatura.

2) Os gastos precisam ser anotados por dois períodos seguidos (que podem ser meses ou anos), para ser possível a comparação.

3) A partir disso, é possível colocar os gastos dentro de cada classe de despesa.

4) As despesas de cada grupo devem ser somadas em cada período (fazendo uma coluna para as despesas do primeiro período e outra para as do segundo)

5) Com esses números em mãos, é possível calcular o percentual de aumento de cada grupo (se precisar de ajuda, clique aqui e veja como calcular porcentagem).

Com esses cálculos, você saberá onde gastou mais e onde as despesas aumentaram mais – e onde é possível cortar para manter o orçamento em dia.

De acordo com Braz, fazer a variação dos gastos é descobrir onde estão os gargalos no orçamento, ou seja, onde se gasta mais, se aquilo é normal ou não. “Muita gente tem conta em débito automático e não confere. Pode ser que tenha um vazamento e a pessoa está pagando por algo que nem está consumindo”, afirma.

Outra dica do especialista é deixar as contas de consumo como água e luz visíveis para toda a família ver e conscientizá-la da importância de economizar.

“O que importa é saber bem onde você está gastando seu dinheiro e ter tudo sob controle. Ao fazer um bom inventário dos seus gastos, você diminui as despesas que estão mais altas e faz uma boa gestão do orçamento familiar”, aponta.

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