Terça-feira, 17 de Setembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 25 de fevereiro de 2023
O IBGE calculou o rendimento dos brasileiros no ano passado. Quem vive no estado do Maranhão recebeu, em média, R$ 2 mil a menos que os moradores do Distrito Federal.
De mesa em mesa, na simpatia e competência, o garçom Leonardo Chagas Ferreira vai conquistando a clientela do restaurante. Ele deixou Porto Alegre no ano passado, depois de ficar quatro meses sem emprego.
“Fui nos bairros onde tem mais restaurantes, que é minha área. Ou vários fechados ou não tinha vagas”, conta. E quando surgiu uma nova oportunidade… “Meu irmão já morava, há um ano e pouco no Rio. Conseguiu uma vaga e eu me joguei. Essa mudança foi superboa para mim. Pago menos aluguel e recebo mais”, diz.
Com o salário e os 10%, ele chega a tirar até R$ 2 mil por mês, valor acima até do rendimento médio do brasileiro, que segundo o IBGE, foi de R$ 1.625 por mês em 2022. Nesse cálculo, o instituto leva em conta os rendimentos do emprego formal, do trabalho informal, além de pensões, aposentadorias e benefícios sociais.
Como o IBGE não corrigiu os valores pela inflação do período, não é possível se fazer uma comparação com pesquisas anteriores, mas o economista Lucas Assis, da Tendências Consultoria, diz que houve um claro aumento na renda no ano passado.
“No ano de 2022, com o maior folego da atividade econômica no início do ano, especialmente, houve ali uma maior geração de postos de trabalho com carteira assinada ou CNPJ, e isso acabou melhorando, relativamente, as condições do mercado de trabalho, ampliando ali o rendimento real dos trabalhadores”, explica.
Esse levantamento do IBGE não leva em conta o mapa do Brasil de forma geral apenas. Ele vai no detalhe de cada estado e aí as diferenças ficam claras e mostram que o nosso país ainda é extremamente desigual.
O estado com menor renda por morador é o Maranhão: pouco mais de R$ 800 por mês. Até a faixa de R$ 1.379, todos são estados das regiões Norte e Nordeste. As regiões do Centro-Oeste, Sul e Sudeste têm as maiores médias. Na faixa acima de R$ 2 mil estão Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo e o Distrito Federal. Os demais estados destas regiões têm rendas que variam entre R$ 1.529, como Minas Gerais, e R$ 1.971, no Rio de Janeiro.
O economista Lucas Assis afirma que emprego de qualidade é uma ferramenta muito importante para a geração de renda e redução de desigualdades, mas não é só.
“É preciso também enfrentar outras frentes, como, por exemplo, questões como saúde, educação, moradia, e não somente o ingresso no mercado de trabalho, que é uma importante forma, sim, de se reduzir a pobreza”, afirma.
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