Quarta-feira, 01 de Maio de 2024

Home Brasil Câmara de Curitiba quer homenagear psicóloga defensora da “cura gay”

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A Câmara Municipal de Curitiba aprovou em primeiro turno, no começo desta semana, a Cidadania Honorária para a psicóloga carioca Deuza Maria de Avellar, conhecida por promover a “cura gay” – terapia condenada pelo Conselho Federal de Psicologia por prometer a mudar orientação sexual de homossexuais. Por 20 votos favoráveis, cinco contrários e duas abstenções, a homenagem avançou na câmara da capital paranaense.

Autor da proposta, o vereador Ezequias Barros (PMB) defendeu a psicóloga como “uma mulher de extremo valor, que faz a diferença por onde passa. Tem suas posições muito bem definidas”. A Sargento Tânia Guerreiro (União) e Denian Couto (Pode) também aproveitaram para elogiar a homenageada.

Na oposição, os petistas Renato Freitas, Professora Josete e Carol Dartora fizeram um encaminhamento contrário. Dartora apresentou um parecer em separado no qual apontou que a homenageada não atendia os critérios do Regimento Interno da Câmara por “princípios constitucionais”.

“Homenagear uma psicóloga que se coloca para fazer tratamento sexual, cura gay e coisas desse tipo é algo que essa Casa não deveria tolerar porque já se tornou insustentável querer coibir essa expressão da diversidade humana”, disse Dartora, que pediu a retratação de Barros.

A profissional homenageada também é militante contrária da “ideologia de gênero”, expressão não reconhecida no mundo acadêmico, mas que é usada pelos grupos conservadores para falar da diferença entre sexo biológico e gênero.

Nas redes, Deuza Avellar se intitula como “psicóloga e ativista pró família” e participa de debates de temas conservadores e cristãos. Recentemente, ela palestrou em eventos sobre a “Responsabilidade do Cristão na Política” e “Sexualidade e os desafios da igreja”.

A votação ocorreu durante o mês do orgulho LGBTQIA+. A homenagem ainda precisa ser aprovada em segundo turno. Posteriormente, o projeto pode ser vetado pelo Executivo.

OMS

Há 32 anos, a Organização Mundial da Saúde (OMS) retirou a homossexualidade da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID).

Um passo importante, sem dúvida, mas que ainda não representou a cidadania plena para essa minoria.

De acordo com dados publicados em 2019 pela organização Associação Internacional de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Trans e Intersexuais (ILGA), em 70 países a homossexualidade ainda é criminalizada, com casos de prisão e até de pena de morte. E a transexualidade só deixou de ser classificada como doença pela OMS em junho de 2018.

Mas também houve avanços. Um grande exemplo: o casamento entre pessoas do mesmo sexo passou a ser reconhecido em muitos países – no Brasil, houve a equiparação da união estável homoafetiva em 2011, o casamento civil foi aprovado em 2013 e o direito à adoção por casais do mesmo sexo em 2015.

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