Segunda-feira, 07 de Julho de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 14 de outubro de 2022
Em nova operação noturna no Centro Histórico de Porto Alegre, uma equipe da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) capturou vivos no Centro Histórico de Porto Alegre mais 20 escorpiões-amarelos, espécie venenosa e que oferece risco principalmente a crianças. Outros dois exemplares escaparam e dois já estavam mortos.
Os técnicos contaram com o apoio de servidores do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae), que abriram 44 caixas de telefonia instaladas abaixo do nível da calçada – esse tipo de estrutura tem servido de abrigo à maioria dos artrópodes encontrados ao longo deste ano na região, que lidera o ranking de capturas e visualizações.
A exemplo de operações anteriores, o perímetro de busca abrangeu o entorno da Praça Dom Feliciano (diante da Santa Casa de Misericórdia), rua Senhor dos Passos, o trecho final da Andradas. Desta vez foi incluída parte da rua Vigário José Inácio.
De acordo com a SMS, o número de animais capturados corresponde ao saldo médio das operações realizadas nessa área nos últimos meses.
Risco à saúde
A picada do escorpião-amarelo tem como sintomas mais comuns dor local, sudorese, vômitos e agitação. Em casos mais graves, podem ocorrer tremores, alterações cardíacas e complicações de saúde capazes de levar à morte, sobretudo em crianças. O indivíduo atacado deve procurar com urgência o Hospital de Pronto Socorro (HPS) para receber soro específico.
Prevenção
Especialistas recomendam que locais como pátios, galpões e depósitos sejam mantidos limpos e sem lixo ou entulho. Nas residências do tipo casa, também é importante manter a grama aparada e vedar soleiras das portas com saquinho de areia ou friso de borracha, bem como instaladas telas em portas, janelas e ralos. Vale lembrar que o um dos alimentos do escorpião-amarelo são as baratas.
Saiba mais
Com até 7 centímetros de comprimento, o escorpião-amarelo (Tityus serrulatus) tem cauda nessa cor e tronco escuro. Sua reprodução é partenogenética (sem necessidade de fecundação por um macho) e por meio da qual cada fêmea gera em média 40 filhotes por ano (20 de cada vez), número que pode passar de 150 durante toda a sua vida.
O período de gestação é variado mas costuma durar três meses. Em cerca de duas semanas, os filhotes passam a sobreviver sem depender da mãe.
Devido aos hábitos domiciliares e à periculosidade da picada, a espécie é responsável pela maioria dos acidentes com esse tipo de artrópode em regiões urbanas no Brasil. A peçonha (veneno) tem efeito neurotóxico, ou seja, age no sistema nervoso.
Contatos com seres humanos têm sido bastante frequentes e o animal ataca ao se sentir ameaçado. Em caso de visualização (com ou sem picada), recomenda-se não tentar pegá-lo, e sim chamar um técnico da prefeitura.
(Marcello Campos)
No Ar: Pampa Na Madrugada