Sexta-feira, 01 de Agosto de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 31 de julho de 2025
A deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) será interrogada pela Justiça italiana nesta sexta-feira (1º). A parlamentar foi presa em Roma, capital do país, na última terça (29), e atualmente encontra-se detida no presídio feminino de Rebibbia, considerado um dos maiores complexos penitenciários da Europa.
Durante o interrogatório, a Justiça italiana questionará Zambelli sobre sua decisão quanto ao destino jurídico: se prefere retornar voluntariamente ao Brasil ou enfrentar um processo formal de extradição no território italiano. Esta audiência é uma etapa fundamental do processo, pois definirá os próximos passos da tramitação judicial em solo europeu.
Caso a deputada escolha permanecer na Itália e enfrentar o processo de extradição, o juiz responsável deverá deliberar sobre as condições de sua detenção. Entre as possibilidades, estão a manutenção da prisão preventiva, a aplicação de medidas cautelares como prisão domiciliar, ou até a concessão de liberdade provisória enquanto o processo corre. Os trâmites legais da extradição podem levar de um ano e meio a até dois anos, segundo especialistas.
A defesa de Zambelli já antecipou que ela não pretende retornar voluntariamente ao Brasil. “Carla busca a não extradição e, obviamente, ser julgada com imparcialidade e justiça”, afirmou o advogado Fábio Pagnozzi, que representa a parlamentar, por meio de um vídeo publicado nas redes sociais. A estratégia da defesa é clara: evitar que a deputada seja entregue ao sistema judiciário brasileiro, onde já foi condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
A deputada deixou o Brasil após ser condenada pelo STF a dez anos de prisão, além de perder o mandato, por envolvimento direto em ataques ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). De acordo com a sentença, ela foi considerada uma das mentoras intelectuais da invasão ao sistema eletrônico da Justiça brasileira. Um dos episódios mais controversos do caso foi a emissão de um mandado de prisão falso contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF.
A prisão de Zambelli ocorreu após o deputado italiano Angelo Bonelli, do Partido Europa Verde, afirmar que teve contato com ela em Roma e que repassou seu paradeiro à polícia nacional. Bonelli já havia pressionado o governo italiano em junho, cobrando respostas dos ministérios das Relações Exteriores, do Interior e da Justiça sobre a presença da parlamentar brasileira no país.
A defesa, no entanto, sustenta que a própria Zambelli se apresentou às autoridades italianas. (Com informações da CNN Brasil)
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