Domingo, 15 de Setembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 24 de setembro de 2022
São só quatro minutos de aparição num longa-metragem com uma hora e 50 minutos de duração, mas Carol Castro surge arrebatadora ao interpretar Luma de Oliveira em “Eike — Tudo ou nada”. Um furacão, tal qual a então modelo e atriz passou pela vida do empresário que já esteve entre os dez mais ricos do mundo e acabou preso, em 2017, acusado de fazer parte de um esquema de corrupção do ex-governador Sérgio Cabral. Com Eike Batista, de 65 anos, Luma, atualmente com 59, ficou casada de 1991 a 2004 e teve dois filhos: Thor, de 31, e Olin, de 27. Em entrevista, Carol, de 34, afirma que fez a personagem “com todo o respeito do mundo” e entrega os bastidores.
“Durante as filmagens, eu ainda estava loura, terminando de gravar ‘Maldivas’ (série da Netflix). Então, precisei usar peruca. Passei mais tempo provando os figurinos do que no palco do Teatro do Jockey, gravando. A caracterização me ajudou a acreditar e me ver como Luma, porque eu me sinto mais franzina, mais menina do que mulher”.
“Eu me perguntei o porquê do convite para o papel. Acho que foi pela questão do estereótipo da mulher brasileira. Sabia que seria um grande desafio interpretar uma pessoa que existe. Pensei: ‘Será que eu dou conta?’. Essa mulher é símbolo de beleza e sensualidade no mundo! Vi alguns vídeos, fiz o dever de casa para tentar ficar o mais verossímil possível”.
Inspiração
“Na vida, nós duas já nos cruzamos. Não me lembro se em camarote de carnaval ou bastidores da Globo. Mas não a conheço tão de perto. Quando fui rainha de bateria do Salgueiro (em 2005 e 2006), ela foi uma das minhas musas inspiradoras, sempre exuberante na Sapucaí. Talvez se eu tivesse mais intimidade com ela, teria ligado e perguntado coisas. Mas, como eu sei que o assunto é delicado (a relação com Eike) e talvez ela não queira falar sobre isso, achei melhor ficar na minha e fazer da maneira mais respeitosa possível. Espero que ela goste”.
Contribuição
“Tem uma fala minha no filme que não estava no roteiro e foi uma criação coletiva na hora do ensaio. Andradina me perguntou o que eu achava que Luma diria, e sugeri: “Eu abri mão da minha carreira por você. Você abriu mão do que por mim, Eike?”. É forte, mostra uma Luma íntegra. Ela fala a verdade pra ele, pois já era a Luma antes de conhecê-lo”.
Capa da “Playboy”
“Na foto da reprodução da capa da ‘Playboy’, eu estava de calcinha cor da pele. Não deixa de ser um momento de exposição… Mas já tinha passado por isso na vida real, em 2008 (Carol também foi capa da revista). Fiquei muitos anos dizendo ‘não’ para o ensaio nu, recebia convites desde que surgi na TV em ‘Mulheres apaixonadas’, aos 19 anos. Até que chegou um momento de consolidação da minha carreira, viajando com a peça ‘Dona Flor’… Eles toparam o tema que escolhi, ‘As mulheres de Jorge Amado’ e o fotógrafo (Bob Wolfenson).
Na época, eu estava namorando um fotógrafo (Ian Costa). O ensaio não foi um problema pra ele (no caso de Luma, houve briga entre ela e Eike). Curioso é que relacionamentos posteriores, tóxicos, me questionaram isso. Por que, né? A mulher é dona de si mesma, ‘meu corpo, minhas regras’. Fiz para melhorar minha condição de vida e para homenagear o autor da peça com que eu estava rodando o Brasil”.
“Não sou daquelas pessoas que amam dinheiro (Eike Batista é retratado como um homem extremamente ambicioso no filme). Ele provoca guerra, conflitos… Tenho os meus momentos consumistas quando viajo, quero trazer lembranças do lugar. Mas mantenho os meus pés no chão. Ainda mais depois de ser mãe (Nina tem 5 anos). Tudo gira em torno da minha filha. Estou cada vez mais organizada com o meu dinheiro”.
No Ar: Pampa Na Madrugada