Sábado, 18 de Maio de 2024

Home Cinema Categoria de melhor filme internacional do Oscar é criticada; entenda a escolha dos indicados

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Existente de forma oficial do Oscar desde 1956, a categoria de melhor filme internacional — que nasceu como melhor filme em língua estrangeira — tem sido alvo de críticas da imprensa especializada de Hollywood há alguns anos.

Com quatro indicados europeus e um japonês, a categoria já tem um forte favorito como vencedor. “Zona de interesse”, da Inglaterra, é o único que também está indicado a melhor filme, afinal.

O próprio eurocentrismo da categoria, aliás, é um dos grandes pontos criticados, mas não é o único.

O Oscar 2024, aliás, acontece no próximo dia 10.

Como funciona

Antes de 1956, a Academia de Hollywood até premiava filmes de outros países, mas era um prêmio honorário.

Desde a criação até 2019, ela se chamava de melhor filme em língua estrangeira. Nesse ano, a Academia decidiu que o nome estava ultrapassado. De 2020 em diante, ela passou a se chamar de melhor filme internacional.

A categoria tem muitas peculiaridades que não divide com as demais. A maior delas é a seleção feita por organizações de cada um dos países.

Ou seja, o Oscar não pode indicar simplesmente qualquer filme brasileiro, por exemplo. Uma comissão da Academia Brasileira de Cinema é quem escolhe um único representante do país.

Há algumas etapas no caminho, mas depois comissões da Academia americana assistem aos selecionados, votam em seus favoritos e formam as pré-lista e, depois, a lista de indicados.

São os próprios membros da organização quem se oferecem para formar essas comissões. Para participar, eles precisam ter visto um número mínimo de filmes escolhidos.

Essa é também a única categoria cujo prêmio não vai para uma pessoa específica, mas para o país representado. Em 2023, por exemplo, o vencedor foi “Nada de novo no front”.

O diretor Edward Berger subiu ao palco e agradeceu, mas não é considerado um ganhador do Oscar. A estatueta foi, pelo menos oficialmente, para a Alemanha.

Essa é também uma das poucas categorias cujas produções não precisam ter estreado nos Estados Unidos no ano anterior ao da premiação.

Eurocentrismo

As críticas se dividem principalmente em três frentes: a escolha delegada para os países, a escolha única de cada um deles, e o eurocentrismo dos indicados.

Algumas pessoas dizem que, ao delegar a escolha inicial, a Academia não está fazendo seu trabalho. Além disso, algumas comissões seriam mais facilmente corrompidas pela política interna ou por campanhas localizadas.

2024 tem um bom exemplo disso. “Anatomia de uma queda” ganhou o prêmio principal do Festival de Cannes e ainda assim não foi escolhido.

O favorito da comissão francesa foi “O sabor da vida”, que acabou de fora do Oscar. Já “Anatomia de uma queda” recebeu cinco indicações – entre elas a de melhor filme.

Não é possível cravar o motivo do erro, mas há quem diga que os franceses consideraram “O sabor da vida” mais “a cara do Oscar”. Já outros viram uma certa má vontade com a diretora de “Anatomia de uma queda”, Justine Triet.

(Muita gente acha que o mesmo aconteceu com “Cidade de Deus”, em 2003, mas não foi o caso.)

Outro problema é a limitação a um único escolhido por país, o que pode deixar muita coisa boa de fora. Em 2019, por exemplo, o Brasil teve de escolher entre “A vida invisível” e “Bacurau”.

A justificativa é que a limitação dificulta um eurocentrismo na categoria, impede que por exemplo em um ano todos os indicados sejam italianos, ou franceses, ou dinamarqueses.

O problema é que não impede necessariamente. Historicamente, a categoria é dominada por produções europeias.

2024 segue o padrão. Veja os indicados:

* “Zona de interesse” – Inglaterra
* “Eu, Capitão” – Itália
* “A sala dos professores” – Alemanha
* “A sociedade da neve” – Espanha
* “Dias perfeitos” – Japão (dirigido por Wim Wenders, um alemão)

Com isso, a maioria dos vencedores é obviamente europeia. São 57 ganhadores do continente desde 1957. A Itália levou o maior número de Oscars, 14.

Nesse tempo todo, foram apenas 10 vencedores de outros continentes. Com 5 estatuetas, o Japão é o maior deles.

Tem também quem critique uma regra que proíbe que os filmes indicados sejam falados em inglês, ou pelo menos a maior parte do filme. Ela foi feita para impedir que a Inglaterra domine, mas tem umas implicações meio bizarras.

Em 2019, o primeiro filme selecionado pela Nigéria, “Lionheart”, foi desclassificado por ser falado em inglês. O problema é que inglês é o primeiro idioma da Nigéria.

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