Segunda-feira, 27 de Outubro de 2025

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Já faz um tempo, ouvindo entrevista no rádio com autoridade de segurança pública estadual.

Todos, incluindo o entrevistador, comemoravam a drástica redução no roubo de veículos em uma determinada região de Porto Alegre, motivada pela instalação de sistemas de vigilância e monitoramento por câmeras de vídeo.

Inobstante a boa iniciativa, fiquei imaginando um diálogo entre os ladrões que atuavam na região:

E agora ? Como iremos fazer?

Indaga um dos ladrões ao outro , e a resposta:

“Se ferremu parça”! Vamos ter que arrumar emprego de carteira assinada.

O suposto diálogo aparentemente jocoso é uma triste ironia.

Sabemos que o crime irá migrar para outra região ou para outro tipo de roubo ou furto. Quem comete crimes , pensa e caminha.

Via de regra , o foco são as consequências , ao invés de atacar as causas.

A segurança pública é o termômetro principal da qualidade de vida, e certamente é quem mais sofre o desgaste.

Antes de ser um problema da segurança pública, o problema migrou de outra área.

Isso acontece por nossa mania de querer resolver consequências.

Qualquer ação que seja baseadas em consequências , traz consigo invariavelmente a alternativa de escolha :

A menos ruim.

Jamais será melhor!

As causas dos desajustes (vítimas) são intocáveis, e até defendidas por alguns.

Bandidos são cada vez mais estruturados gerando problemas cada vez mais difíceis de solucionar.

Quando se trata de atacar nas causas , temos um arsenal de argumentos desanimadores:

Do menor esforço:

iíiiiii…. deixa quieto!

Do conformado:

Ah mas sempre foi assim…

Da intimidação:

Tu vai só te incomodar…

Do lacrador:

Não tens mais nada pra fazer né ??

Do isento:

Eu faço a minha parte.

Não assumimos o prioritário de nossos problemas: As pessoas!

Elas nascem , crescem, viram problema , depois um problemão , tem nome, tem RG e CPF e o que é pior, se reproduzem.

Quando não se investe para enfrentar as causas, somos obrigados a gastar recursos com as consequências .

Neste caso, gastos não são investimentos, são só despesas.

O famoso termo “enxugar gelo”.

A polícia ? Coitada , faz o que pode no paliativo e no círculo vicioso do prende e a justiça solta.

O país que tem leis demais em direitos e pouquíssimas em deveres.

Agora, o traficante virou vítima do consumidor.

O consumidor já era vítima da sociedade, virou opressor.

A única verdade nisso tudo , é que a sociedade é a vítima de seu próprio governo!

A gestão pública ,( política ) sempre fazendo “média” com o populismo barato, precisa de um culpado.

Que sempre, não é ele!

É sabido pelos estudiosos nas ciências sociais que existe uma “fórmula” para a criação de um novo bandido.

Famílias desajustadas, evasão escolar, uso de drogas por diversão, falta orientação e perspectivas, impunidade e a legislação frouxa e perdemos mais um cidadão.

As iniciativas de escolas com modelo cívico-militar, são sem dúvida uma preciosa ferramenta para resgate de jovens para o caminho do bem.

Gestor que pensa e age assim, tem visão de longo prazo e os contrários têm argumentos que são justamente os que mantêm e criam novas vítimas de políticas desse vitimismo barato.

É um circo vicioso!

Sim , um circo, onde a sociedade faz malabarismos para sobreviver com o nariz pintado de vermelho.

Chamar de vítima os traficantes é o estalo do chicote no “lombo” na sociedade, pela mão de um governo inconsequente que se faz passar de bonzinho para uma plateia de claque, mas que na verdade não se interessa pelas vítimas dele mesmo.

Rogério Pons da Silva – Jornalista e empresário.

 

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