Home Política Celso Sabino pede demissão do Ministério do Turismo após pressão do União Brasil

O ministro do Turismo, Celso Sabino, formalizou nesta sexta-feira (26) seu pedido de demissão do cargo, cumprindo a determinação do União Brasil para que os filiados deixem a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Sabino afirmou que permanecerá no ministério até a próxima quinta-feira (2), a pedido de Lula, para acompanhá-lo em um evento de entrega de obras concluídas para a COP30, em Belém.

“Tive uma conversa hoje com o presidente da República, em virtude da decisão do partido ao qual sou filiado, e vim cumprir o meu papel. Entreguei ao presidente a minha carta e o meu pedido de saída do Ministério do Turismo, cumprindo a decisão do meu partido”, disse.

Segundo o ministro, sua vontade era continuar no cargo. “Temos um trabalho de diálogo mantido, e hoje o presidente assinou com essa possibilidade de ampliar esse diálogo junto com o União Brasil para vermos quais serão as cenas dos próximos capítulos”, afirmou.

Na semana passada, o União Brasil deu prazo de 24 horas para que seus filiados deixassem os cargos na Esplanada. A decisão foi tomada após reportagens apontarem suposta ligação do presidente da legenda, Antonio de Rueda, com o Primeiro Comando da Capital (PCC). Rueda nega a acusação.

A resolução aprovada pela cúpula nacional prevê punições disciplinares, incluindo expulsão, para membros que descumprirem a determinação. Em nota, o partido acusou o governo federal de usar a estrutura estatal de forma política para desgastar sua direção.

Sabino já havia conversado com Lula na última sexta-feira (19), antes da viagem do petista a Nova York para a Assembleia Geral da ONU. Nas últimas semanas, o ministro tentou encontrar uma solução para permanecer na pasta, mas conseguiu apenas adiar a saída por alguns dias, alegando compromissos de agenda. Ele manifestou desejo de seguir no posto até a realização da COP30, marcada para novembro, em Belém.

Filiado ao União Brasil e eleito deputado federal pelo Pará, Sabino deve retornar à Câmara dos Deputados após dois anos no comando do Ministério do Turismo.

Apesar de ter indicado Sabino, o União Brasil não terá o mesmo impacto em outras pastas atribuídas à legenda. Os ministros Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional) e Juscelino Filho (Comunicações) não são filiados ao partido e permanecem nos cargos, por integrarem a cota pessoal do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).