Sexta-feira, 08 de Agosto de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 7 de agosto de 2025
Após a ocupação da Câmara dos Deputados e do Senado para obstruir votações no Congresso Nacional, o Partido Liberal (PL) e o Novo dizem ter contado com a adesão do Centrão na empreitada para pautar o projeto de lei da anistia e a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que retira do Supremo Tribunal Federal (STF) a competência para julgar parlamentares.
Pelas tratativas, o texto que acaba com o foro por prerrogativa de função será tratado como prioridade, pois abriria caminho para que parlamentares “percam o medo” da Corte e endossem a anistia.
“Ganhamos o Congresso. No começo, éramos só o PL e o Novo. Agora, temos adesão do PSD, do Progressistas e do União Brasil, somando 261 parlamentares, mais da metade da Câmara”, disse um deputado do Partido Liberal que participou das conversas.
Caso a PEC seja aprovada, poderia beneficiar Jair Bolsonaro (PL), pois tiraria do STF a ação penal que mira o ex-presidente e outros réus por golpe de Estado. O processo é relatado pelo ministro Alexandre de Moraes. O tema, no entanto, é motivo de controvérsia, com vários juristas avaliando que o ex-presidente não seria contemplado pela mudança.
A ideia de ocupar os plenários para fazer pressão foi do deputado Marco Feliciano (PL), citado por Eduardo Bolsonaro (PL) como possível candidato ao Senado no pleito do ano que vem. O objetivo da obstrução é pressionar o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil), a pautar os projetos.
O que é o Centrão?
No cenário político brasileiro, o termo “Centrão” se refere a um conjunto de partidos que compuseram uma aliança informal durante a Assembleia Constituinte de 1987 com o objetivo de implementar no texto da Constituição as propostas ligadas ao presidente da República, José Sarney (PMDB), e combater a linha política progressista defendida pelo Presidente da Assembleia Constituinte, Ulysses Guimarães (PMDB).
Após a promulgação da Cara Magna, no ano seguinte, essas legendas pararam de se identificar publicamente com o termo “Centrão”. O vocábulo passou a ser utilizado como um adjetivo para denominar partidos políticos que não possuem uma base ideológica clara e que frequentemente se aproximam do governo apenas para tentar adquir privilégios em troca do apoio ao executivo federal, independentemente de princípios, para assegurar práticas políticas clientelistas e fisiológicas.
Por conta disso, o Centrão acabou sendo conhecido popularmente como um grupo de siglas cujos integrantes na Câmara Federal são movidos por interesses duvidosos, sem propostas efetivas.
No Ar: Pampa Na Madrugada