Quinta-feira, 12 de Dezembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 10 de janeiro de 2024
Lideranças do Centrão classificam como “acertada” a decisão de não comparecer ao ato que marcou um ano dos ataques extremistas de 8 de janeiro, realizado na última segunda-feira (8) no Congresso Nacional, e que contou com a presença dos chefes de todos os Poderes, com exceção do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).
Aliados do alagoano afirmaram que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fazia “um discurso impecável” até o momento em que politizou o tema e trouxe o clã do ex-presidente Jair Bolsonaro para dentro de sua fala.
A leitura de pessoas próximas a Lira é que, com o movimento, o petista acaba por afastar ainda mais deputados bolsonaristas, fomentando neles uma resistência a pautas que sejam de interesse do governo.
Um dia antes do evento, Lira avisou a Lula que não compareceria em função de problemas de saúde de seu pai, o ex-senador Benedito de Lira (PP-AL).
Antes mesmo da solenidade, havia o temor, entre aliados do parlamentar do PP, de que o governo Lula politizasse o evento.
Outros nomes do Centrão que tinham sinalizado que acompanhariam Lira ao ato desistiram horas antes da cerimônia. É o caso, por exemplo, do líder do União Brasil na Câmara, Elmar Nascimento (BA).
Em caráter reservado, líderes do Centrão avaliam que a decisão de não comparecer foi acertada, já que Lula teria “derrapado” no discurso ao “mandar recados para a família Bolsonaro”.
Na segunda, Lula afirmou que quem desconfia das urnas eletrônicas deveria renunciar a seus mandatos e fez referência aos filhos de Bolsonaro, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ).
“As pessoas que duvidam das eleições e da legalidade da urna brasileira porque perderam as eleições, por que não pedem para seu partido renunciar todos os deputados e senadores que foram eleitos? Por que os três filhos dele [Bolsonaro] que foram eleitos não renunciam em protesto à urna fraudulenta?”, disse o presidente.
Para interlocutores de Lira, a fala de Lula ampliará a irritação de bolsonaristas com o Executivo e pode colocar em risco a votação de pautas importantes para o governo, como medidas arrecadatórios e os projetos de regulamentação da reforma tributária.
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