Por Redação Rádio Pampa | 30 de abril de 2025
Um ano atrás, a água que caiu em volume recorde sobre o Rio Grande do Sul provocou a maior tragédia humanitária que os gaúchos já vivenciaram. Junto com a destruição de casas, hospitais, estradas, também foram perdidas diversas indústrias. Muitas formas de socorro para recuperação foram estruturadas pelo poder público, por organizações da sociedade civil e por cidadãos comuns.
Uma dessas iniciativas é o Programa Recupera Indústria RS, um convênio entre a Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai-RS) e a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), que auxiliou industriais a comprarem peças e a contratarem mão de obra para o reparo de máquinas danificadas pelas cheias.
O programa disponibilizou R$ 9,5 milhões – R$ 1 milhão proveniente do Senai em serviços – para 105 empresas afetadas. Foram 631 máquinas que contaram com o auxílio de recursos do Recupera Indústria RS, sendo 389 de grande porte e 242 de pequeno porte.
Uma das beneficiárias é a HPM Matrizes, de São Leopoldo, que produz moldes de injeção para zamac (liga metálica) e plástico. A planta foi inundada no dia 4 de maio, com o nível da água marcando 1,4 metro dentro das instalações. “Todas as nossas máquinas foram atingidas. Quando conseguimos novamente acessar a empresa, a cena que encontramos era desoladora”, descreve o sócio Marcos Eugênio Wagner.
Para consertar os equipamentos e retomar as atividades, a empresa, situada no bairro Scharlau, precisou de aportes na ordem de R$ 200 mil. “Também tivemos a perda de faturamento por aproximadamente dois meses”, conta Wagner. Foi nesse cenário que ele conheceu o Recupera Indústria RS.
Pouco tempo depois de se cadastrar no projeto, a HPM foi contemplada com R$ 85 mil (valor máximo destinado a cada empresa). “O programa foi muito importante para a retomada completa de nossa capacidade produtiva. Como nosso recurso era limitado, tivemos que optar por alguns equipamentos. Duas máquinas estavam sem previsão de reparo. Talvez não tivéssemos conseguido consertá-las até hoje”, diz o empresário.
De acordo com Rafael Grangeiro, gerente de operações do Senai – São Leopoldo, o programa atendeu indústrias de diferentes tamanhos e setores, com destaque para as empresas de pequeno porte (40%). Metalúrgicas (21%), indústrias de alimentos (13%), impressão e reprodução (12%) e máquinas e equipamentos (8%) foram os segmentos com mais empresas cadastradas. A maioria está localizada na Região Metropolitana de Porto Alegre.
“Estamos muito contentes com esse resultado. Muitas dessas empresas só estão funcionando em razão desse apoio, empresas que, provavelmente, não teriam condições de se reerguer”, afirma Grangeiro, ressaltando que, com todos os atendimentos, mais de 2,5 mil empregos foram preservados, ação que segue o compromisso assumido pela gestão do presidente Claudio Bier.
Envolveram-se no auxílio à reconstrução, ainda, 10 profissionais da unidade Senai em São Leopoldo. “As máquinas que puderam ser removidas até a unidade do Senai foram recuperadas pela nossa própria equipe, mas também realizamos a contratação de empresas de manutenção para recuperação de máquinas de maior porte nas instalações das empresas atingidas”, explica.
O programa encerrou o atendimento a 97 indústrias e outras oito estão em fase de finalização até o dia 31 de maio.
No Ar: Pampa Na Madrugada
