Sexta-feira, 28 de Novembro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 27 de novembro de 2025
Levantamento revela que 346 municípios do Rio Grande do Sul, cerca de 70% de todo o Estado, apresentam risco significativo de inundações ou enxurradas. É o que explica um novo diagnóstico técnico sobre as áreas suscetíveis a inundações divulgado pelo governo gaúcho durante o 26º Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos, em Vitória (ES).
O estudo é uma atualização do Atlas de Vulnerabilidade a Inundações, publicado pela ANA em 2014, e previsto no Plano Nacional de Recursos Hídricos.
O documento visa indicar as cidades com maior risco de inundação. Para isso, reúne informações sobre a frequência e os impactos das cheias em áreas urbanizadas situadas ao longo dos rios em cada município do Estado, de modo a auxiliar na priorização de medidas para prevenção e mitigação de impactos e embasar políticas públicas.
Entre os 346 municípios analisados, o estudo identificou:
– 43 com risco muito alto;
– 82 com risco alto;
– 108 com risco médio;
– e 113 com risco baixo.
As regiões com maior concentração de risco são a Bacia do Guaíba, abrangendo rios como Sinos, Caí, Gravataí e Taquari-Antas e a calha do rio Uruguai, incluindo municípios como Uruguaiana, Itaqui, São Borja e Porto Xavier.
A titular da secretaria estadual do Meio Ambiente, Marjorie Kauffmann, destaca que o atlas oferece uma base técnica sólida para qualificar as políticas públicas e aprimorar a prevenção. “O estudo é resultado de um grande esforço conjunto e será decisivo para apoiar os municípios na construção de estratégias mais eficazes diante dos eventos meteorológicos extremos”, avalia.
O documento oferece subsídios estratégicos para definição de prioridades de investimento, elaboração de planos de contingência, instalação ou melhoria de sistemas de alerta, construção de obras de proteção, zoneamento de áreas de risco e fortalecimento da gestão integrada entre Estado e municípios.
Para classificar o risco municipal, o novo atlas utilizou três abordagens complementares:
– manchas de inundação geradas por simulações hidrológicas;
– método hidrológico, que cruza dados de vazões e eventos registrados;
– e análise qualitativa baseada no histórico de desastres do Sistema Integrado de Informações sobre Desastres (S2Id).
A classificação final considera sempre o maior risco identificado, garantindo uma abordagem conservadora e alinhada à segurança da população.
O Rio Grande do Sul foi escolhido para iniciar a atualização nacional do atlas após as cheias registradas em 2023 e, especialmente, na enchente histórica de 2024, consideradas entre os eventos hidrológicos mais graves já observados no Brasil. Os impactos desse evento foram catastróficos e abrangentes, afetando cerca de 2,4 milhões de pessoas em 478 dos 497 municípios gaúchos, causando 183 mortes somente no ano passado, e prejuízos econômicos estimados na casa dos bilhões de reais.
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