Quinta-feira, 10 de Julho de 2025

Home em foco Cirurgião plástico gaúcho é denunciado por importunação sexual, coação e corrupção de testemunha

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O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS) ofereceu denúncia contra um cirurgião plástico de 68 anos, em Porto Alegre, por importunação sexual, corrupção ativa de testemunha e coação no curso do processo, além da violação de dever inerente à profissão e calamidade pública. Os crimes teriam sido cometidos pelo menos em seis ocasiões desde 2018.

Conforme o promotor Luiz Eduardo Ribeiro de Menezes, o médico praticou atos libidinosos em pacientes, sem o consentimento delas e na maioria das vezes dentro de seu consultório. A acusação menciona que o “modus operandi” era quase sempre o mesmo: a mulher era solicitada a retirar toda a roupa e, em seguida, tinha as suas partes íntimas tocadas de forma libidonosa.

O inquérito menciona, ainda, que o profissional da saúde ameaçou uma das denunciantes para que não levasse adiante o processo. Em outros casos, ofereceu vantagens a uma das testemunhas, a fim de convencê-la a omitir os fatos em seu depoimento à Delegacia de Polícia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam).

No dia 9 de novembro, foram cumpridos mandados de busca e apreensão em endereços nos bairros Três Figueiras e Chácara das Pedras, ambos de classe média-alta na Zona Norte da capital gaúcha. Outros locais de trabalho do cirurgião não estiveram no roteiro de ordens judiciais – foi o caso de uma clínica em Novo Hamburgo (Vale do Sinos).

Com aproximadamente três décadas de atuação no mercado, o cirurgião-plástico vinha utilizando clandestinamente uma sala comercial para realização de procedimentos cirúrgicos, sem autorização legal para tal finalidade, nem equipamentos adequados e atendimentos a protocolos sanitários e de higiene.

Dentre os problemas constatados estava a ausência de esterilização adequada, instrumentos com ferrugem, remédios com prazo vencido, lixo descartado de forma irregular e vestígios de sangue em diversos objetos e móveis, em uma situação que oferece risco à vida dos pacientes.

Esse conjunto de problemas motivou o acionamento da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). O resultado foi a interdição temporária do consultório, até que se comprove a adequação do ambiente às exigências sanitárias e da legislação do setor.

Já na residência do médico, a Delegacia Especializada apreendeu aparelhos eletrônicos e documentos com denúncias já encaminhadas contra ele no Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers).

Antecedentes

De acordo com informações do Ministério Público gaúcho, apesar de o médico porto-alegrense ser réu primário, durante a investigação policial foi apurado que ele já havia praticado ao menos outros 11 crimes similares. “Os fatos denotam a sua habitualidade criminosa prática desta espécie de delito”, frisou a Promotoria. Por meio de seu advogado, o médico declarou ser inocente.

(Marcello Campos)

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