Domingo, 23 de Novembro de 2025

Home em foco Com a iminente troca de Daniela Carneiro por Celso Sabino no Ministério da Saúde, plano de deputados é utilizar a pasta para destinar recursos a redutos eleitorais

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Com um dos menores orçamentos da Esplanada, o Ministério do Turismo deve ser turbinado com emendas parlamentares caso seja entregue ao Centrão. Deputados do União Brasil afirmam que, se a nomeação de Celso Sabino (União-PA) for confirmada, o plano é utilizar a capilaridade da pasta para destinar recursos a seus redutos eleitorais. A atual ministra, Daniela Carneiro, não tem o apoio da bancada no Congresso.

A troca no ministério é considerada certa no governo e deve ser anunciada após Daniela retornar de Portugal, para onde viaja hoje a fim de participar de um fórum jurídico. Auxiliares de Lula tentam convencê-la a pedir demissão. Para interlocutores, seria uma saída honrosa para ela, que também é deputada e poderia ser recompensada com papel de destaque nas pautas do governo na Câmara.

Com Sabino no cargo, a expectativa no governo é que parlamentares usem a possibilidade de o ministério realizar diversos tipos de obras em municípios para engordar o orçamento da pasta com emendas. Com o pretexto de melhorar as condições turísticas locais, o ministério pode fazer obras de infraestrutura e urbanização e costuma financiar empreendimentos como a construção de espaços de eventos, de praças públicas e asfaltamento de vias.

Segundo dados da pasta, neste ano o ministério tem R$ 19 milhões para investir tanto em obras de infraestrutura, quanto em campanhas promocionais e apoio a eventos, entre outros. Além disso, conta com 113 cargos ou funções, a menor estrutura desde a sua criação, há 20 anos — são duas secretarias nacionais.

Nessa semana, o ministério pediu suplementação orçamentária de R$ 530 milhões para o Ministério da Fazenda para o segundo semestre. Ainda não há sinalização de que será atendido.

A ideia no governo é não incluir a Embratur, agência de fomento ligada à pasta, no pacote do Centrão. O atual presidente do órgão é Marcelo Freixo, que se filiou recentemente ao PT. Apesar de um orçamento bem maior — R$ 258 milhões neste ano —, a agência não pode receber emendas de deputados.

Melhor interlocução

Parlamentares do União Brasil entendem que o desempenho de Sabino dependerá da “tinta na caneta”. Caso consiga encaminhar demandas por meio da pasta, a chance de conquistar votos a favor do governo no Congresso será maior. Em outra frente, apostam que o colega terá condições de desempenhar o papel de interlocutor para fazer as reivindicações do partido. O entendimento é que Sabino pode atuar junto ao ministro da Casa Civil, Rui Costa, e demais ministros para que pleitos, como liberação de emendas, sejam atendidos.

A permanência de Daniela virou um problema político para o Planalto depois que a bancada fluminense do União, liderada pelo marido da ministra, o prefeito de Belford Roxo, Waguinho, entrou em conflito com a direção nacional da legenda. O grupo deixou a sigla, migrou para o Republicanos e Daniela foi à Justiça pedir desfiliação.

“O que vem sendo cobiçado é o status de ministro e uma represália por uma confusão do União no Estado do Rio. Ministério do Turismo não tem condição de reunir votos. União passará um cheque sem fundo ao governo”, afirma o secretário-executivo do ministério, Bento Nunes.

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