Quarta-feira, 08 de Outubro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 8 de outubro de 2025
No próximo sábado (11), Porto Alegre será palco de uma celebração que vai muito além de um simples encontro cultural. Com entrada gratuita, A Hora do Mate convida a comunidade a viver um dia inteiro dedicado a um dos símbolos mais fortes do Rio Grande do Sul: o chimarrão. Mais que um hábito, o mate é elo entre gerações, testemunha de histórias e expressão de pertencimento.
A programação ocupa a Orla do Guaíba, em frente à usina do gasômetro, a partir das 11h, com atividades que mesclam música, poesia, dança, gastronomia e vivências coletivas. Ao longo do dia, o público vai circular entre diferentes espaços temáticos — a Alameda do Mate, o Espaço Kids e Fagundinhos e o Espaço Gourmet —, enquanto no palco principal o ritmo será conduzido pelos mestres de cerimônia Neto e Ernesto Fagundes.
A programação começa às 11h, com a primeira rodada de mate — presencial e também virtual — marcada por declamações e projeções. Nesse momento, Ernesto e Neto Fagundes apresentam A Hora do Mate, entremeando poesia, música e vídeos que resgatam a trajetória da bebida que atravessa séculos, dos rituais Guarani à identidade missioneira de hoje.
Quem não puder estar na Orla poderá acompanhar em tempo real pelo link que será divulgado no Instagram @ahoradomate2025, participando da roda às 11h e novamente ao pôr do sol, às 17h.
“Queremos buscar as coisas simples. O próprio palco é uma proposta intimista, para que os artistas fiquem próximos do público e dessa roda de chimarrão. Redondo e de madeira, o cenário remete a uma cuia vazada, tendo o entardecer como pano de fundo”, explica Ernesto Fagundes. E acrescenta: “será o primeiro evento após as enchentes na Orla do Gasômetro”.
Shows e atrações para todas as idades
A trilha sonora do evento é um capítulo à parte. Às 14h, o rap do Rafuagi mostra como tradição e modernidade podem andar juntas. Na sequência, a dança ganha espaço com o grupo Brazil Estrangeiro Capoeira Casa Grande e a Invernada Micuim do CTG Tiarayú. O chamamé missioneiro de Leandro Rodrigues abre caminho para a energia da Fábrica de Gaiteiros.
O entardecer reserva outro momento de comunhão: a segunda rodada do mate, às 17h, quando o pôr-do-sol servirá de cenário para a união do público em torno da cuia. A noite encerra em clima de festa com o show de Os Fagundes e seus convidados, entre eles Pedro Veríssimo, Renata Adegas e Juliano Barreto.
Aberto e gratuito, o evento mira um público amplo e diverso: famílias, turistas, jovens curiosos, estudantes, artistas e moradores da cidade. Ao mesmo tempo em que resgata a memória dos mais velhos, também dialoga com crianças e adolescentes, mostrando que o mate pode ser ponto de encontro entre passado e futuro.
Muito mais que entretenimento
A Hora do Mate nasce de um propósito claro: valorizar a erva-mate como patrimônio cultural, capaz de unir povos, territórios e gerações. Entre os Guarani, o ka’a sempre foi mais do que planta — é oferenda, é medicina, é espiritualidade. O ato de compartilhar a cuia traduz reciprocidade, e o evento busca resgatar essa dimensão comunitária.
Em tempos de pressa e dispersão, a Hora do Mate propõe um convite à desaceleração. É hora de parar, compartilhar e se reconhecer no gesto simples e profundo de passar a cuia adiante.
A idealização, criação e iniciativa da A Hora do Mate é de Ernesto Fagundes e Joka Alovisi, que se uniram a Neto Fagundes e Ricardo Koech para realizar este evento na Orla do Guaíba.
O público é convidado a chegar com sua cadeira, sua canga e seu mate para somar-se à grande roda. Um gesto simples, mas que, somado, vira memória coletiva. Entre os pontos altos do dia, a homenagem a Luis Fernando Verissimo, cronista das miudezas e ironias cotidianas, mestre em traduzir a alma gaúcha em palavras e humor.
SERVIÇO
A HORA DO MATE
Orla do Guaíba, em frente à Usina do Gasômetro
A partir das 11h até o pôr-do-sol
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