Home Rio Grande do Sul Com estragos por passagem de ciclone, Capão da Canoa decreta situação de calamidade pública

A ocorrência de diversos danos materiais durante a passagem de um ciclone extratropical pelo Litoral Norte gaúcho motivou a prefeitura de Capão da Canoa a decretar calamidade pública, nessa segunda-feira (28). Foram afetados  espaços públicos, imóveis comerciais e residenciais, deixando ao menos três famílias desabrigadas. Nas redes sociais, imagens viralizaram ao mostrar apartamentos com janelas arrancadas pela força dos ventos, de até 150 km/h.

Até o fim da noite não havia registro de feridos graves. Ainda no que se refere aos estragos, a lista inclui quedas de árvores, postes, telhas e marquises. O comércio sofreu perdas de placas externas e, eventualmente, vidraças de lojas. Nas ruas, o risco de ser atingido por fragmentos de vidro e outros objetos em queda do alto de edifícios causou preocupação.

Outro transtorno que afetou os moradores foi a ruptura de redes de energia, bem como de serviços de telefone e internet. Além dos habitantes, os milhares de veranistas que possuem imóveis em Capão da Canoa tentaram contato com síndicos, zeladores e imobiliárias, em busca de informações sobre possíveis danos.

Em trechos da orla, não só de Capão mas também de balneários como Rainha do Mar, o mar em forte ressaca avançou sobre calçadas e atingiu ruas próximas, causando alagamentos temporários.

“Alertamos que a ressaca prossegue nesta terça-feira na costa gaúcha, perdendo força ao fim do dia”, informou a empresa Metsul Meteorologia, em metsul.com. “Em alguns pontos a maré de tempestade pode invadir ruas próximas da praia, além de cobrir a faixa de areia. Há possibilidade de danos em estruturas à beira-mar como quiosques e calçadões, sendo possível, ainda, a ocorrência de erosão costeira. A navegação por pequenas embarcações é absolutamente desaconselha ante o grande perigo de naufrágio.”

Válido por 24 horas, o decreto de emergência rubricado pelo prefeito Valdomiro Novaski, pode ser estendida por igual período. Equipes do gabinete do Executivo municipal, Secretaria de Obras e Defesa Civil local se mantiveram mobilizadas, inclusive para serviços de reparos e restabelecimento de serviços interrompidos pela intempérie.

As ações realizadas ao longo do dia incluíram distribuição de lonas e a preparação de espaços de escolas públicas para o eventual acolhimento de desabrigados. Autoridades locais também reforçaram o alerta para que fosse evitada a circulação pela cidade, a pé ou de carro, exceto em casos de urgência.

Em mensagem postada em suas redes sociais, a prefeitura informou no início da noite o fechamento temporário das unidades de Estratégias de Saúde da Família, por medida de segurança. Já a Unidade de Ponto Atendimento (UPA) prosseguia aberta, com atendimento normal para casos de urgência e emergência.

“Pedimos a compreensão de todos e reforçamos: em caso de risco, procure abrigo e siga as orientações da Defesa Civil. A segurança da população é nossa prioridade”, frisou o texto. Em caso de dúvida ou pedido de atendimento, foi divulgado o telefone da Defesa Civil de Capão da Canoa: (51) 99150-7203 e mencionados os números do Corpo de Bombeiros (193) e Defesa Civil Estadual (199).

Outras cidades

No balneário de Atlântida, em Xangri-Lá, uma parte da plataforma de pesca sofreu danos pelo mar em agitação extrema na faixa litorânea. Em Imbé e Tramandaí, ao menos sete postes desabaram sobre ruas residenciais, deixando áreas sem luz. Uma das unidades caiu sobre a ponte que liga os dois municípios, interrompendo a travessia de veículos.

Osório, também no Litoral Norte, sofreu com os fortes ventos. A réplica da Estátua de Liberdade em frente à filial das lojas Havan desabou sobre o estacionamento. Em Torres, na divisa com Santa Catarina, a sede da prefeitura foi um dos endereços afetados pela queda nos sistemas de comunicação, ficando sem luz, telefone e internet durante várias horas.

(Marcello Campos)