Segunda-feira, 21 de Abril de 2025

Home Economia Com novos nomes, Banco Central ficará com apenas uma mulher na diretoria

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Após a saída da diretora de Assuntos Internacionais do Banco Central (BC), Fernanda Guardado, cujo mandato termina em 31 de dezembro, o Comitê de Política Monetária (Copom), que tem ao todo nove membros, voltará a ter apenas uma mulher em sua composição, com Carolina de Assis Barros, que ocupa a cadeira de Administração até o fim do próximo ano.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou dois homens para a diretoria do BC: Paulo Picchetti para o lugar de Guardado e Rodrigo Alves Teixeira para a área de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta, que atualmente está sob Maurício Moura.

Embora a diversidade seja uma bandeira defendida pelo Partido dos Trabalhadores, não foi este o critério de escolha para esta leva de diretores. Segundo informações do Valor, há disposição para que isso seja compensado nas indicações seguintes, mas não há garantias de que a representação feminina — já muito baixa — no colegiado seja retomada.

Houve avanço na indicação anterior, a primeira do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, quando Ailton Aquino foi escolhido para Fiscalização e se tornou o primeiro membro negro do colegiado, mas a composição ainda é majoritariamente formada por homens brancos. Na ocasião, Gabriel Galípolo, que era secretário-executivo da Fazenda, foi nomeado para Política Monetária.

Em quase 60 anos, apenas cinco mulheres passaram pela diretoria do BC. A primeira vez que o comitê teve duas mulheres ao mesmo tempo foi quando a ex-diretora de Assuntos Internacionais, Fernanda Nechio, tomou posse em julho de 2019. Em seguida, ela foi substituída por Guardado. Barros ingressou no colegiado em maio de 2018, na gestão de Ilan Goldfajn, antecessor de Roberto Campos Neto na presidência da autarquia, e fica até 31 de dezembro de 2024.

A primeira mulher nomeada para o colegiado foi Tereza Cristina Grossi (Fiscalização) em 2000, 36 anos depois da criação do Banco Central. Ela ficou no cargo até 2003. Depois, Maria Celina Arraes assumiu a área de Assuntos Internacionais de 2008 a 2010 e a instituição ficou sem mulheres no Copom até a indicação de Barros.

Na última sexta-feira (27), o presidente Lula disse em café da manhã com jornalistas “lamentar profundamente não poder indicar mais mulheres do que homens para o governo”. Ao ser criticado pela troca de mulheres no primeiro escalão por homens, Lula afirmou ter pedido para que os partidos que compõem seu ministério indicassem mulheres para os postos, mas que “nem sempre o partido tem uma mulher”.

Lula iniciou o governo com 11 mulheres entre seus 37 ministros, número recorde, embora minoritário. Ele havia nomeado duas mulheres para presidir a Caixa (Rita Serrano) e o Banco do Brasil (Tarciana Medeiros).

Com a entrada de partidos do Centrão no governo e as negociações com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), a participação feminina diminuiu para nove ministras de um total de 38 pastas, com a criação do Ministério de Micro e Pequenas Empresas.

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