Segunda-feira, 21 de Julho de 2025

Home em foco Com o pé atrás, integrantes do Centrão avaliam que, por ora, o comando da Câmara dos Deputados descartará qualquer medida que beneficie Eduardo Bolsonaro

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O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro se tornou “tóxico” para o mundo político após suas ações nos Estados Unidos prejudicarem o próprio pai, dizem lideranças do Congresso. Com o pé atrás, integrantes do Centrão avaliam que, por ora, o comando da Câmara descartará qualquer medida que beneficie o deputado, como salvar seu mandato.

O primeiro recado foi dado pelos presidentes da Casa, Hugo Motta, e do Senado, Davi Alcolumbre, ao rejeitarem interromper o recesso parlamentar. A pausa no Legislativo veio a calhar para a cúpula analisar o cenário até agosto.

Há temor de se associar a Eduardo e acabar com rótulo de traidor da Pátria. Pesquisas mostraram que a população é sensível ao tema da soberania, com perdas para o bolsonarismo e melhora na popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Parlamentares citam a seguinte máxima na política: “Me peçam para acompanhar o funeral, mas não para cair no buraco”. Portanto, interlocutores apostam que, enquanto tiver dúvidas de causaria prejuízos a sua imagem, Motta deve manter na gaveta os 2 projetos apresentados pelo PL, um permitindo mandato remoto e outro para prorrogar a licença, ficarão na gaveta.

Além disso, quem conhece bem o presidente da Câmara afirma que ele odeia ser pressionado ou alvo de ironias. E causou incômodo na cúpula do Congresso um vídeo em que Eduardo “aconselha” Motta e Alcolumbre a não se juntarem ao vice Geraldo Alckmin nas negociações com os EUA contra o tarifaço de Donald Trump ao Brasil.

“Está muito mais fácil os porta-aviões chegarem no Lago Paranoá – e se Deus quiser chegarão em breve – do que vocês serem recebidos com o Alckmin nos EUA”, disse o deputado.

Motta não deve fazer movimentos para cassar o mandato de Eduardo. Aguardará decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) e os prazos administrativos na Câmara.

A licença do parlamentar encerrou nesse domingo (20) e ele passará a acumular faltas não justificadas caso não retorne ao Brasil. Para não perder o mandato, o parlamentar não pode faltar mais de um terço das sessões do plenário da Câmara.

Ataques ao Supremo

O filho zero-três de Jair Bolsonaro fez novos ataques ao ministro Alexandre de Moraes. Ele afirmou nesse domingo (20) que vai trabalhar para retirar o magistrado do Supremo. A declaração foi feita durante uma transmissão ao vivo em seu canal no YouTube no mesmo dia que se encerra o prazo de sua licença parlamentar de 120 dias.

Em tom de ameaça, Eduardo acusou Moraes de “usar a caneta do STF em nível de várzea” e disse estar disposto a se “sacrificar” para levar adiante uma ação que, segundo ele, teria como objetivo a saída do ministro da Suprema Corte.

“Toda hora a gente tem que expor o nível de várzea que é Moraes com a caneta do STF. O ideal seria ele fora do STF. Trabalharei para isto também, tá, Moraes?”, afirmou o parlamentar.

Eduardo também fez referência à revogação de seu visto diplomático pelos Estados Unidos — decisão que envolveu tratativas com autoridades norte-americanas após investigações do Supremo contra ele e aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ele reforçou que esse episódio foi apenas o “começo” de uma movimentação contra o ministro.

“Quando a gente fala que o visto foi só o começo, é porque o nosso objetivo será te tirar da corte. Você não é digno de estar no topo do poder Judiciário e eu tô disposto a me sacrificar para levar essa ação adiante.”

Ainda durante a transmissão, Eduardo ironizou a possibilidade de ser alvo de uma operação policial, sugerindo que Moraes convocasse até autoridades internacionais: “Não gostou? Coloca o Trump junto aí na investigação. Coloca toda a nossa quadrilha aqui do Marco Rubio, etc. E manda a Interpol vir pegar a gente”.

Ameaça à PF

Durante a live deste domingo, Eduardo ainda fez ameaças a integrantes da PF (Polícia Federal). O parlamentar mencionou o delegado Fábio Alvarez Shor, responsável por investigações que envolvem o ex-presidente Jair Bolsonaro.

“Cachorrinho da Polícia Federal que tá me assistindo, deixa eu saber não. Se eu ficar sabendo quem é você… Ah, eu vou me mexer aqui. Pergunta ao tal delegado Fábio Alvarez Shor se ele conhece a gente”, afirmou. Com informações da Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo.

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