Home Acontece Combate à corrupção ganha destaque em seminário do MPRS

O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) será palco, na próxima terça-feira, 18, de um seminário especial em celebração ao Dia Internacional contra a Corrupção, lembrado mundialmente em 9 de dezembro. O encontro ocorrerá no Auditório Mondercil Paulo de Moraes, em Porto Alegre, das 9h às 12h, e reunirá autoridades, especialistas e representantes da sociedade civil para debater estratégias de enfrentamento à corrupção e promoção da integridade.

A iniciativa é promovida pela Rede de Controle da Gestão Pública no Estado, da qual o MPRS faz parte, com apoio do Centro de Apoio Operacional de Proteção do Patrimônio Público e da Moralidade Administrativa e do Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional (CEAF). O evento também terá transmissão ao vivo pelo canal do CEAF no YouTube, ampliando o alcance da discussão e permitindo a participação de público em todo o Estado.

Entre os destaques da programação estão a assinatura do termo de compromisso dos apoiadores institucionais do Pacto Brasil pela Integridade Empresarial, iniciativa que busca fortalecer práticas éticas no setor privado, e a premiação do Projeto Escola Íntegra, voltado à educação para cidadania e ética entre jovens. Além disso, haverá palestras do secretário de Integridade Privada da Controladoria-Geral da União (CGU), Marcelo Pontes Vianna, e do promotor de Justiça e coordenador do GAECO/MPRS, André Dal Molin, que abordarão os desafios atuais no combate à corrupção.

Corrupção e economia

O seminário não se limita ao aspecto jurídico. A corrupção é também um problema econômico de grandes proporções. Estudos da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) estimam que o Brasil perde entre 1,5% e 2,3% do PIB anualmente em razão de práticas ilícitas. No Rio Grande do Sul, os impactos se refletem em obras paradas, serviços públicos de baixa qualidade e perda de competitividade para empresas locais.

Segundo especialistas, cada real desviado por corrupção representa menos investimentos em saúde, educação e infraestrutura. Além disso, gera insegurança jurídica e afasta investidores. “O combate à corrupção é também uma agenda de desenvolvimento econômico. Sem integridade, não há ambiente favorável para negócios e inovação”, destacou o promotor André Dal Molin em entrevistas recentes.

Educação e prevenção

Outro ponto enfatizado pelo MPRS é a importância da educação para prevenir práticas ilícitas. O Projeto Escola Íntegra, que será premiado durante o seminário, busca inserir valores de ética e cidadania no cotidiano escolar. A ideia é formar uma geração mais consciente e menos tolerante a desvios de conduta.

Para o procurador-geral de Justiça do RS, Alexandre Saltz, a prevenção é tão importante quanto a punição. “Não basta investigar e punir. É preciso criar uma cultura de integridade que envolva escolas, empresas e instituições públicas. Só assim conseguiremos reduzir os índices de corrupção e construir um Estado mais justo e competitivo”, afirmou.

Impacto no setor privado

A assinatura do Pacto Brasil pela Integridade Empresarial durante o evento reforça o papel das empresas na construção de um ambiente ético. O setor privado é visto como parceiro estratégico, já que práticas de compliance e governança corporativa reduzem riscos e aumentam a confiança de investidores.

No Rio Grande do Sul, supermercados, indústrias e empresas de tecnologia têm adotado programas internos de integridade, alinhando-se às exigências de mercado e às expectativas da sociedade. A Agas, por exemplo, que recentemente anunciou os vencedores do Carrinho AGAS 2025, destacou que a ética empresarial é hoje um diferencial competitivo.

Um chamado à sociedade

O seminário do MPRS chega em um momento de grande desafio para o Brasil, que ainda enfrenta casos de corrupção em diferentes esferas. A mensagem central é clara: o combate à corrupção não é apenas tarefa das instituições, mas de toda a sociedade.

Ao reunir autoridades, empresários e educadores, o evento reforça que integridade é um valor coletivo, capaz de transformar não apenas a política, mas também a economia e o cotidiano das pessoas. (por Gisele Flores)