Quarta-feira, 24 de Abril de 2024

Home em foco Combinação entre vacina e infecção natural pelo coronavírus cria “superimunidade”. Entenda como acontece

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Pesquisadores da Universidade de Saúde e Ciência de Oregon (OHSU), nos Estados Unidos, descobriram que pessoas que foram vacinadas e infectadas pelo SARS-CoV-2 , independente da ordem, adquirem imunidade até dez vezes superior à proteção imunológica de quem apenas recebeu a vacina.

A pesquisa ocorreu antes do surgimento da variante ômicron. Os resultados foram publicados na revista Science Immunology.

A vacina, no entanto, continua sendo o fator mais importante — principalmente porque a proteção natural oferecida pela infecção é de curta duração.

“Estaremos mais preparados se estivermos vacinados. Neste caso, se o vírus vier, você tem uma contaminação mais branda e ainda fica com a imunidade maior”, comentou Fikadu Tafesse, coautor da pesquisa, e professor de microbiologia molecular e imunologia na Escola de Medicina da OHSU.

Marcel Curlin, médico e também coautor do estudo, ressaltou que a imunidade adquirida apenas pela infecção do vírus varia muito de pessoa para pessoa. “A imunidade conferida apenas pela infecção natural é muito variável. Algumas pessoas produzem uma resposta forte, outras não. Mas a vacinação combinada com a imunidade da infecção quase sempre oferece respostas fortes”, comentou em comunicado.

Isso tudo não quer dizer, é claro, que as pessoas que já foram vacinadas e não pegaram covid devem deixar de lado a proteção. Mesmo a variante ômicron sendo considerada mais leve e as vacinas fazendo efeito, a covid ainda é uma doença com sintomas intensos e risco de morte. Além disso, há os riscos dos efeitos de longo prazo (a chamada covid longa) e os perigos de espalhar o vírus para crianças, sobrecarregar o sistema de saúde.

Esta não é a primeira pesquisa a apontar para tais resultados. Em dezembro, pesquisadores da mesma universidade já haviam revelado, em outro estudo, que a combinação da infecção com a vacina ajudava a ter mais proteção.

Na nova pesquisa, os cientistas mediram as respostas de anticorpos neutralizantes de 104 indivíduos e os dividiram em três grupos. No primeiro, 42 pessoas que foram vacinadas e não tiveram infecção; 31 que foram vacinadas após uma infecção e 31 que tiveram infecções após a vacinação.

A equipe levou em consideração fatores como idade, sexo e tempo de vacinação e infecção.

Os pesquisadores coletaram amostras de sangue de cada participante e expuseram-nas a três variantes do coronavírus no laboratório Marquam Hill de nível 3 de biossegurança da OHSU.

Os resultados mostraram que dois grupos com “imunidade híbrida” — infectados e vacinados — podem gerar maiores níveis de anticorpos em comparação com o grupo de vacinados sem infecção, cerca de 10 vezes mais em comparação aos fornecidos pela vacinação.

Endemia

Bill Messer, professor de microbiologia molecular e imunologia e medicina (doenças infecciosas) na Escola de Medicina da OHSU, e coautor do estudo, acredita que, neste momento, muitas pessoas vacinadas acabem com infecções – e, portanto, uma forma de imunidade híbrida.

Para Curlin, “os resultados indicam que em algum momento o SARS-CoV-2 poderá se tornar infecção endêmica leve, como doença sazonal do trato respiratório, em vez de pandemia” — o que é o caso da gripe.

A pesquisa não testou pacientes com reinfecções de covid.

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