Segunda-feira, 20 de Maio de 2024

Home Viagem e Turismo Como os superfãs acabaram sendo um problema para a Disney

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Nos Estados Unidos, os fãs mais devotados de Walt Disney são conhecidos como “adultos Disney”. Este é o grupo que gasta milhares de dólares todos os anos em visitas a seus parques, e fica extasiado com o cheiro característico da água na atração Piratas do Caribe. Para quem está de fora, sua devoção a uma marca voltada para crianças é embaraçosa. Até os sentimentos da Disney em relação a eles são complicados.

Durante uma entrevista, o executivo-chefe da Disney, Bob Chapek, deu a entender que os fãs que pagaram por passes anuais caros faziam visitas com tanta frequência que estavam sobrecarregando os parques: “Nós adoramos os superfãs, obviamente. Mas também gostamos dos fãs que não expressam sua lealdade de forma tão intensa… temos de garantir que haja espaço para a família de Denver que vem ao parque a cada cinco anos.” O acesso a vários tipos de passe anual foi suspenso. Além disso, agora o agendamento das visitas é obrigatório.

Isso permitiu que a empresa se expandisse de férias centradas na família para experiências mais caras, como navios de cruzeiro.

Não são muitas as empresas que podem se gabar de ter superfãs como clientes. A Tesla talvez. Talvez a Apple. Na Disney, a devoção dos fãs fez o público dos parques temáticos dos Estados Unidos voltar aos níveis anteriores à pandemia.

No último trimestre, as receitas de Parques, Experiências e Produtos da Disney subiram para US$ 7,4 bilhões, em comparação com os US$ 4,3 bilhões do ano anterior. Eliminar um produto favorito pode ser uma jogada arriscada.

A hiper-realidade dos parques temáticos da Disney fez deles os complexos turísticos mais populares do mundo. Colocar uma mansão assombrada ao lado da terra do faroeste selvagem e à vista de um castelo encantado e cercá-los com barracas de pretzel e cachorro-quente cria uma sobrecarga sensorial. Para muitos visitantes, o vínculo com a infância significa que os parques da Disney têm um sentido mais profundo do que lugares turísticos comuns.

O problema é que os superfãs não gastam tanto por visita quanto os visitantes ocasionais do parque. Existe um limite para o número de tiaras da Minnie que uma pessoa pode usar. Para alguns, o passe anual que permite que seus compradores visitem os parques da Disney durante todo o ano também tem um excelente custo-benefício. Um passeio de um dia na Disney World na Flórida custa US$ 109. O Incredi Pass anual custa US$ 1.299 mais impostos.

Visite o parque uma vez por mês e você já recuperou seu gasto. Vá toda semana e você economizará mais de US$ 4 mil. A disparidade tem nuances do fiasco do MoviePass, em que os assinantes pagavam menos de US$ 10 por mês para ir várias vezes ao cinema. O MoviePass achava que eles usariam o passe uma ou duas vezes por mês. Mas sua vontade de assistir a filmes dia após dia deixou a empresa falida.

A Disney precisa que seus parques a ajudem a subsidiar seu enorme investimento na área de streaming. Em agosto, a empresa superou a Netflix em número de assinaturas de streaming, o que provocou um pânico existencial entre os investidores desta última. Com 221 milhões de espectadores pagantes, o Disney+ é um sucesso. Sua decisão de cobrar um preço inferior ao dos concorrentes pelo serviço estimulou as adesões.

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