Quarta-feira, 30 de Julho de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 29 de julho de 2025
No fundo, todos somos muito parecidos. Queremos as mesmas coisas: saúde, disposição, paz e, acima de tudo, felicidade. Mas a felicidade, muitas vezes, pode ser um conceito traiçoeiro…
Para alguns, ela parece estar no dinheiro, na conta bancária recheada; para outros, basta ter saúde e tranquilidade, aquele tipo de pessoa mais zen.
Mas a vida ensina que a felicidade mora nas coisas mais simples: o privilégio de ter um teto sobre a cabeça, as contas pagas, um sofá confortável e uma família para dividir tudo isso.
Há quem a encontre viajando pelo mundo e vivendo experiências únicas. A verdade é que cada um enxerga a felicidade por um prisma diferente, mas, no fim das contas, todos buscamos a mesma coisa: viver com leveza e propósito.
O problema é que, muitas vezes, nosso maior inimigo não está lá fora,
mas dentro de nós, são nossas iniquidades…
Somos especialistas em criar armadilhas para nossa própria desistência. Quando não temos problemas, parece que um instinto masoquista dá um jeitinho de correr atrás de uma nova preocupação.
Um dos maiores inimigos internos é a preguiça, pois ela nos rouba oportunidades ao deixarmos para amanhã o que poderíamos realizar hoje.
O orgulho nos afasta de quem amamos quando nos torna incapazes de perdoar. A inveja nos cega, pois deixamos de cuidar dos nossos próprios caminhos para focar na vida alheia.
E a raiva, então… essa corrói a nossa paz. Carregamos medos, inseguranças e defeitos que sabotam nossa vida e nossos sonhos. E, para piorar, temos a péssima mania de culpar os outros por nossas quedas, como se o mundo fosse responsável por tudo o que nos acontece.
Existe uma lei universal que todos conhecemos, mas poucos colocam em prática: “A lei de causa e efeito”. Tudo o que plantamos, mais cedo ou mais tarde, será colhido.
Quando não reconhecemos nossas próprias falhas, não há evolução. O primeiro passo para vencer esse inimigo interno é ter coragem de olhar no espelho e admitir que, na maioria das vezes, somos nós os responsáveis por atrasar a nossa vida e, às vezes, até a dos outros.
Você não quer para si o mal que atinge os outros, então pare com isso. Permita-se ser uma pessoa melhor. E aí entra um outro poder, muitas vezes negligenciado: o poder do perdão.
Perdoar não significa aceitar tudo ou voltar a conviver com pessoas tóxicas que nos machucaram. Algumas pessoas, por mais que gostem de nós, carregam venenos que nos ferem repetidas vezes, e se afastar delas também é um ato de amor-próprio.
Mas o perdão… esse sim é divino
Ele é o antídoto contra a mágoa, o rancor e os pesos que nos arrasaram ao longo da vida. Perdoar é se libertar do passado para que a vida volte a fluir.
Vença seu maior inimigo
Vencer o inimigo interno é, antes de tudo, aprender a perdoar. Não apenas os outros, mas principalmente a nós mesmos.
Perdoar os erros da juventude, os caminhos mal escolhidos, os dias em que deixamos a maldade ou a preguiça falar mais alto.
A vida não nos pede perfeição; ela nos pede consciência e humildade para aprender e seguir em frente.
Empregar o próprio conhecimento como instrumento de dominação ou ofensa não é digno, mas infelizmente, muitos de nós, às vezes revoltados com a inépcia alheia, agimos dessa forma.
A verdadeira nobreza no saber está em torná-lo acessível e utilizá-lo como ponte para o entendimento e a construção de um mundo melhor.
Talvez a verdadeira vitória seja entender que a felicidade não é um destino, mas uma construção diária. Ela está nas pequenas escolhas, na forma como tratamos os outros e, sobretudo, na maneira como lidamos com nossas próprias sombras.
Quando silenciamos nosso inimigo interno, e escolhemos o perdão, damos um passo definitivo para sermos pessoas mais leves, equilibradas e, quem sabe, mais felizes.
* Fabio L. Borges, jornalista e cronista gaúcho
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