Home Rio Grande do Sul Condenada no caso do menino Bernardo é encontrada morta em presídio de Porto Alegre

Edelvania Wirganovicz, de 51 anos, uma das condenadas pela morte do menino Bernardo Uglione Boldrini, foi encontrada morta nessa terça-feira (22) dentro de sua cela no Instituto Penal Feminino de Porto Alegre, onde cumpria pena em regime semiaberto. O caso reacende a lembrança de um dos crimes mais chocantes da década passada no Brasil, que teve ampla repercussão nacional.

Amiga pessoal de Graciele Ugulini, madrasta da vítima, Edelvania foi apontada pela Justiça como cúmplice direta na execução do crime que tirou a vida de Bernardo, então com apenas 11 anos. A Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) confirmou o óbito por meio de nota oficial e informou que a detenta foi encontrada com “sinais de aplicação”, o que indica uma possível ação voluntária, como automutilação ou uso de substâncias.

Edelvania havia sido condenada a 23 anos de prisão, sendo 21 anos e 4 meses por homicídio e 1 ano e 6 meses por ocultação de cadáver. Sua participação no crime incluiu o auxílio na administração de medicamentos letais e no enterro do corpo da criança.

Caso

Bernardo Uglione Boldrini desapareceu em 4 de abril de 2014, na cidade de Três Passos, no Noroeste do Rio Grande do Sul. Após dez dias de buscas, o corpo do menino foi encontrado enterrado em uma cova vertical em uma propriedade rural, às margens do rio Mico, no município vizinho de Frederico Westphalen.

No mesmo dia em que o corpo foi localizado, a polícia prendeu quatro suspeitos: o pai da criança, Leandro Boldrini; a madrasta, Graciele Ugulini; Edelvania Wirganovicz; e seu irmão, Evandro Wirganovicz. Todos foram posteriormente julgados e condenados.

Graciele foi sentenciada a 34 anos e 7 meses de prisão pelos crimes de homicídio quadruplamente qualificado e ocultação de cadáver. Até o momento, ela já cumpriu 13 anos e 8 meses da pena. Leandro Boldrini recebeu uma pena de 31 anos e 8 meses de reclusão. Evandro, considerado com participação menor, foi condenado a 9 anos e 6 meses, e já cumpriu integralmente a pena.

Nota

— Leia a seguir a nota oficial divulgada pela Susepe:

“A Polícia Penal informa que a apenada Edelvania Wirganovicz, que cumpria pena no regime semiaberto no Instituto Penal Feminino de Porto Alegre, foi encontrada sem vida durante a tarde desta terça-feira (22).

Ela foi encontrada com sinais de aplicação e as acusações preliminares apontam para que a própria apenada tenha comprometido o ato. A Polícia Civil e o Instituto Geral de Perícias foram acionados para investigar o fato e as causas do óbito. A Corregedoria-Geral do Sistema Penitenciário também acompanha a apuração do caso.”