Quarta-feira, 08 de Outubro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 8 de outubro de 2025
Em meio às dificuldades para votar a Medida Provisória (MP) alternativa ao IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), que perde validade nesta quarta-feira (8), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse o assunto não deve ser tema debate eleitoral e mandou um recado ao Congresso. Segundo o petista, quem votar contra o texto estará contrariando os interesses do “povo brasileiro”.
“Quando algumas pessoas pensam pequeno e dizem que vão votar contra porque vai favorecer o Lula, não é o Lula que vai ganhar. Quando houve uma votação histórica e por um voto perdemos a CPMS eu disse pobre dos governadores que pensam que estão votando contra o presidente, eles estão prejudicando o povo pobre, que precisa do dinheiro. Se eles não quiserem votar agora, eles estão votando contra o interesse do povo brasileiro”, disse Lula no Palácio do Planalto após o evento de sanção da tarifa social de energia elétrica.
O presidente ainda criticou os parlamentares que associam o tema às eleições de 2026 e disse esperar que o Congresso dê uma “demonstração de maturidade”:
“Se alguém quer misturar isso com eleição, eu só posso dizer que é uma pobreza de espírito extraordinária. Qualquer deputado pode dizer que a proposta é dele, é só olhar quem votou favorável — disse. — Espero que Congresso dê uma demonstração de maturidade… É uma bobagem colocar isso como uma questão eleitoral. As coisas são feitas porque tem momento adequado para acontecer as coisas. Poderia ter sido votado três meses antes e não foi. O IR poderia ter sido votado um ano antes e não foi votado. Se alguém define prazo de votação, não é presidente da República é o Congresso Nacional”, afirmou o presidente.
No começo da tarde, Lula chamou uma reunião de emergência com ministros do Palácio do Planalto e líderes do governo para discutir a reação ao cenário difícil para aprovação da Medida Provisória que foi editada como alternativa ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Lula retornou de uma agenda em Luziânia (GO) ao Palácio do Planalto no final da manhã desta quarta-feira e chamou os ministros da Fazenda, Fernando Haddad; da Casa Civil, Rui Costa; e de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, além dos líderes do Senado, Jaques Wagner (PT-BA); da Câmara, José Guimarães (PT-CE); e do Congresso, Randolfe Rodrigues (PT-AP), para uma reunião de estratégia em seu gabinete. A conversa durou uma hora.
O grupo apresentou a Lula o quadro político do Congresso para apreciar o texto da MP e discutir os próximos passos para tentar garantir a aprovação. Até o momento, o governo não cogita retirar o texto. A medida é considerada fundamental pelo governo para fechar as contas do ano que vem. Após reunir os auxiliares, Lula defendeu a importância da aprovação da MP:
“O desejo é que ela seja aprovada (a MP). Se ela não for aprovada, vamos ver como nós vamos fazer. Sinceramente acho que o Congresso nacional tem ajudado muito, não posso me queixar. Muitas das coisas que nós fizemos eles tem votado. Essa MP é muito importante porque ela dá um passo adiante para fazer com que os ricos paguem, se um trabalhador recebe seu salário e paga 27% de Imposto de Renda. Não é normal que os banqueiros não queiram pagar nem 18%, querem pagar menos que os outros”, salientou.
Articuladores de Lula apontam que a chance de não aprovar é considerada real. Aliados de Lula veem uma antecipação da disputa eleitoral e afirmam que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), têm atuado para convencer congressistas a se posicionar contra a medida. Reclamam ainda do rompimento de acordos.