Domingo, 28 de Dezembro de 2025

Home Brasil Conheça a mansão de R$ 36 milhões em que dono do Banco Master recebeu Alexandre de Moraes e outros políticos em Brasília

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Em seus tempos de maior circulação política, o banqueiro Daniel Vorcaro promovia jantares para autoridades e líderes partidários em uma mansão avaliada em R$ 36 milhões, localizada no Lago Sul, área nobre de Brasília. Pelo menos em uma dessas noites, esteve presente o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.

O encontro ocorreu no último trimestre do ano passado, período em que já estava em vigor um contrato de R$ 129 milhões entre o Banco Master e o escritório da advogada Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro. Moraes participou do jantar desacompanhado da mulher e dividiu conversas com políticos influentes do Centrão, deputados, ex-ministros e o anfitrião.

O imóvel ocupa dois dos quatro lotes de um condomínio fechado no Lago Sul. São 1,7 mil metros quadrados de área construída e 4,3 mil metros quadrados de área privativa, em um projeto assinado em 2012 pelo escritório Studio Hub. A casa se tornou conhecida nos bastidores de Brasília como ponto de encontros reservados entre Vorcaro e figuras de destaque da política nacional.

Entre os visitantes já citados estão o senador Ciro Nogueira e o deputado Hugo Motta. Até recentemente, Vorcaro afirmava ser apenas inquilino do imóvel.

Neste fim de semana, a mansão voltou ao noticiário após dados da Receita Federal indicarem ligações entre Vorcaro e a Super Empreendimentos e Participações S.A., empresa formalmente proprietária do imóvel — o que contraria versões anteriores apresentadas pelo banqueiro.

Ele foi preso em novembro pela Polícia Federal, durante a Operação Compliance Zero, que investiga a emissão de títulos de crédito considerados falsos por instituições do Sistema Financeiro Nacional. Ele foi detido no aeroporto de Guarulhos quando se preparava para deixar o país. O sócio Augusto Lima também foi preso.

Segundo a PF, as investigações começaram em 2024, a partir de uma requisição do Ministério Público Federal, e apuram a suposta fabricação de carteiras de crédito sem lastro técnico adequado. Os investigados podem responder por gestão fraudulenta, gestão temerária e organização criminosa.

Caso Master era tão grave que BC partiu direto para a liquidação, diz ex-BC

O ex-diretor de Política Monetária do BC (Banco Central), Luiz Fernando Figueiredo, hoje sócio e conselheiro da Jubarte Capital, analisou a intervenção do BC no caso do Banco Master, afirmando que a gravidade da situação financeira da instituição foi tamanha que a decisão de liquidação foi a única alternativa viável.

Em entrevista à CNN, Figueiredo explicou que, historicamente, o Banco Central sempre buscou medidas preventivas antes de chegar a uma liquidação, mas, no caso específico do Master, não havia mais espaço para negociação.

“É sempre uma grande dúvida quando o Banco Central toma uma atitude como essa. Mas, no caso do Banco Master, ele estava em uma situação tão crítica que a liquidação foi a única solução”, afirmou Figueiredo.

O ex-diretor do BC destacou que o banco estava completamente quebrado, com ativos que não tinham mais valor. “O banco não estava apenas quebrado, ele estava muito quebrado. Com mais de R$ 40 bilhões em ativos que não valem nada, não havia como reverter a situação”, ressaltou.

Figueiredo também abordou a possibilidade de intervenção do STF (Supremo Tribunal Federal) para reverter a decisão do Banco Central, algo inédito no Brasil. Ele questionou como seria possível salvar o banco sem uma injeção maciça de recursos públicos. “Para reverter a liquidação, o STF teria que trazer entre R$ 40 bilhões e R$ 60 bilhões para dentro do banco, apenas para que ele se sustentasse minimamente”, disse.

Ele explicou ainda que, em momentos de crise financeira extrema, a atuação do Banco Central é crucial para proteger a saúde do sistema financeiro e garantir que a economia não seja afetada ainda mais por uma falência em cadeia.

“O Banco Central tem agido com base em documentos e análises robustas, mas neste caso, a gravidade foi tão grande que a liquidação foi inevitável”, concluiu. Com informações dos portais O Globo e CNN.

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