Sexta-feira, 03 de Maio de 2024

Home Brasil Conselho de Enfermagem promete investigar vazamento do caso de atriz que entregou para adoção um filho gerado por estupro

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O Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) anunciou que vai apurar a denúncia da atriz Klara Castanho, 21 anos, de que sofreu constrangimento e ameaça de uma enfermeira após optar pela entrega para adoção de um bebê que gerado por estupro. A mesma medida deve ser adotada pelo Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo (Coren-SP) e pelo hospital onde o caso ocorreu.

Klara publicou nas redes sociais uma carta revelando ter sofrido uma múltipla violência: a violência sexual em si, o tratamento desumano por parte de um médico com quem consultou e da enfermeira que ameaçou (e teria cumprido) revelar a história para sites de fofoca, que deram repercussão ao fato, sem respeitar um sigilo garantido por lei.

Por meio de comunicado oficial neste domingo (26), o Cofen manifestou “profunda solidariedade à atriz Klara Castanho, que, após ser vítima de violência sexual, teve o seu direito à privacidade violado, durante processo de entrega voluntária para adoção, conforme assegura o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)”.

Também informou também que, diante dos fatos, determinou a apuração da ocorrência e “tomará todas as providências que lhe couber para a identificação dos responsáveis pelo vazamento de informações pertinentes ao caso”.

“Casos assim devem ser rigorosamente punidos, para que não mais se repitam. Da mesma forma, devem ser execrados comunicadores que deturpam a função social do jornalismo para destruir a vida das pessoas. Vida privada não é assunto público”, frisou.

O Coren-SP, por sua vez, mencionou que é de sua alçada investigar situações envolvendo infração ética praticada por profissional de enfermagem, bem como adotar medidas previstas no Código de Processo Ético dos Conselhos de Enfermagem: “Seguiremos ritos e procedimentos necessários à investigação e manifestamos solidariedade à atriz”.

O hospital em que Klara ficou internada, na região metropolitana de São Paulo, informou que abrirá sindicância para investigar a denúncia. “Temos como princípio preservar a privacidade de nossos pacientes, bem como o sigilo das informações do prontuário médico. O hospital se solidariza com a paciente e familiares”.

Mensagem 

Na carta compartilhada com o público, Klara Castanho frisou: “Não posso silenciar ao ver pessoas conspirando e criando versões sobre uma violência repulsiva e um trauma que sofri. Esse é o relato mais difícil da minha vida. Pensei que levaria essa dor e esse peso somente comigo”.

Na publicação, ela diz ter sido abordada por uma enfermeira momentos após o parto, com ameaça de divulgar sua história a colunistas de fofocas sobre celebridades. Em seguida, recebeu mensagens de um desses especialistas em tratar da vida alheia.

Sobre o caso do estupro, Klara conta o seguinte: “Eu não estava na minha cidade, nem perto de minha família ou amigos. Não fiz boletim de ocorrência na ocasião por me sentir culpada e envergonhada. Tive a ilusão de que se eu fingisse que nada havia acontecido, talvez eu superasse, mas não foi o que aconteceu. Só tive forças para tomar a pílula do dia seguinte e fazer exames. Somente a minha família sabia o que tinha acontecido”.

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