Sábado, 06 de Dezembro de 2025

Home Mundial Copa do Mundo: 22 anos depois de ajuda humanitária, Brasil enfrentará o Haiti

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O segundo adversário da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 2026 será o Haiti, atualmente na 84ª colocação no ranking da Fifa. As duas seleções estão no Grupo C, que também conta com Marrocos e Escócia.

A partida será válida pela segunda rodada, no dia 19 de julho, uma sexta-feira. A Fifa ainda definirá o horário e o local, que poderá ser o Lincoln Financial Field, na Filadélfia, ou o Gillette Stadium, em Foxborough.

A Seleção haitiana participa da Copa pela segunda vez na história. A primeira foi em 1974, quando foi eliminada na fase de grupos após três derrotas para Itália (3 a 1), Polônia (7 a 0) e Argentina (4 a 1).

Para se classificar para o Mundial da América do Norte, o Haiti ficou em primeiro lugar no Grupo C das Eliminatórias da Concacaf, superando Honduras, Costa Rica e Nicarágua, com três vitórias, dois empates e uma derrota.

Na fase anterior, o Haiti garantiu a classificação apenas na segunda colocação, três pontos atrás de Curaçao, que também avançou para a segunda fase e ficou no Grupo E, ao lado de Alemanha, Costa do Marfim e Equador.

Artilheiro

O maior artilheiro da seleção haitiana ainda está em atividade: o centroavante Duckens Nazon, de 31 anos, que já marcou 44 gols pelo Haiti. Nazon, nascido na França, tem passagens pelo Wolverhampton, da Inglaterra, e atualmente joga pelo Esteghlal, do Irã.

Outro destaque do time é o meia-atacante Ruben Providence, de 24 anos, também nascido no subúrbio de Paris. Providence atuou nas categorias de base do Paris Saint-Germain e da Roma, além de ter jogado pelo time Sub-19 da seleção francesa.

O primeiro convite para representar o Haiti veio em 2023, mas foi recusado por Providence. Ele mudou de ideia neste ano e foi convocado para o grupo que disputou a Copa Ouro. Nas Eliminatórias, teve boa atuação, com dois gols e uma assistência em sete jogos.

Recentemente, Providence defendeu a naturalização de mais jogadores com ascendência haitiana. “Para mim, isso é futebol, é assim que funciona. Nos classificamos para uma Copa do Mundo, precisamos dos melhores jogadores. Eu não teria problema nenhum com a vinda de jogadores de alto nível, muito pelo contrário. Não entrei em contato com ninguém, mas ouvi dizer que há conversas”, afirmou.

Um nome que se encaixa nesse perfil é Allan Saint-Maximin, que já atuou por Monaco, Nice, Newcastle e Al-Ahli, e atualmente joga no América do México. Ele passou pelas categorias de base da França e tem pai haitiano. Apesar dos rumores, Saint-Maximin nega a naturalização: “Não há planos ou projetos relacionados à seleção haitiana. Todo o respeito aos jogadores haitianos que conquistaram seu lugar nesta Copa do Mundo”, escreveu ao parabenizar o Haiti pela classificação.

Técnico

Desde junho de 2024, a seleção haitiana é comandada pelo técnico francês Sébastien Migné, de 52 anos. Como jogador, teve uma carreira modesta na França e na Inglaterra, e migrou para a carreira de treinador aos 26 anos.

Migné já treinou as seleções do Quênia e da Guiné Equatorial, além do clube Marumo Gallants, da África do Sul.

“A ideia é escrever uma nova página com os jogadores, que sabem exatamente o que queremos fazer: nos classificar para a Copa do Mundo”, declarou ao ser apresentado como técnico do Haiti.

Devido à grave crise de segurança no Haiti, Migné nunca esteve no país. A seleção tem mandado seus jogos em Curaçao. “É impossível porque é muito perigoso. Normalmente moro nos países onde trabalho, mas não posso aqui. Não há mais voos internacionais para lá”, disse o treinador à revista France Football.

Histórico

Será a primeira vez que as equipes se enfrentam em uma Copa do Mundo. Historicamente, já disputaram amistosos. A maior goleada sofrida pelo Haiti foi contra o Brasil, em 1959, com o placar de 9 a 1.

Em 2004, a Seleção Brasileira, então campeã do mundo, foi a Porto Príncipe para um amistoso conhecido como “Jogo da Paz”. A partida ocorreu enquanto 600 soldados brasileiros participavam da Missão das Nações Unidas de Estabilização no Haiti, que enfrentava conflitos internos. A iniciativa surgiu após o primeiro-ministro haitiano, Gérard Latortue, sugerir que a seleção brasileira poderia mobilizar os rebeldes para um cessar-fogo.

Nem todos os astros do Brasil estiveram em Porto Príncipe. Milan não liberou Dida, Cafu e Kaká, e o Bayern de Munique vetou as idas de Lúcio e Zé Roberto.

“Quando a gente desceu (no aeroporto) foi impressionante. Você via aquela multidão com dificuldades de sobreviver e, mesmo assim, todo aquele povo alegre. Só quem estava lá viu como o futebol pode ajudar uma sociedade”, relembrou o zagueiro Roque Júnior ao Estadão, em 2016. “Nós só fomos recebidos daquele jeito no Brasil após ganharmos a Copa do Mundo, e lá era só um amistoso.” (Com informações de O Estado de S. Paulo)

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