Segunda-feira, 08 de Dezembro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 8 de dezembro de 2025
Os Correios planejam demitir 15 mil funcionários no novo PDV (Programa de Demissões Voluntárias) como parte do plano de reestruturação da estatal. A estimativa é 50% maior do que a projeção inicial, que previa o total de 10 mil desligamentos.
Segundo informações divulgadas pela CNN Brasil, do total de demissões, os Correios preveem a baixa de 10 mil funcionários em 2026 e 5 mil em 2027.
Em nota divulgada no sábado (6), a empresa afirmou que o novo Programa de Demissões Voluntárias está sendo “dimensionado com base em estudos técnicos em curso”.
“O foco é garantir adesão voluntária e economicamente viável, com impacto positivo sobre o custo fixo no médio prazo. O objetivo é ajustar o quadro de forma responsável, sem rupturas e valorizando quem construiu a história dos Correios. As informações serão divulgadas às empregadas e empregados oportunamente”, diz o texto.
Para conseguir um aporte emergencial de R$ 6 bilhões do Tesouro ainda neste mês, os Correios planejam apresentar uma nova proposta à equipe econômica. A ideia é reduzir o valor da captação que estava em negociação e reabrir a operação com um empréstimo menor, agora projetado entre R$ 10 bilhões e R$ 15 bilhões.
Pessoas próximas às discussões afirmam que o volume pode subir ainda mais, a depender do andamento do plano de reestruturação e da adesão dos empregados. O movimento é considerado chave para reduzir despesas permanentes e sustentar o novo plano financeiro.
Internamente, a avaliação é que o repasse de R$ 6 bilhões seria suficiente para atravessar o fim do ano, garantir o pagamento de salários, 13º e fornecedores, evitando atrasos inéditos.
A estimativa é de que o valor cubra o déficit de 2025 e reequilibre o caixa no curto prazo. Após isso, a estatal pretende retomar as negociações com os bancos, em um momento menos pressionado e com maior possibilidade de sucesso.
A mudança de rota ocorre após o insucesso da operação anterior, que previa empréstimo de R$ 20 bilhões. Na equipe econômica, técnicos afirmam que a proposta era “impossível de aceitar”, pois oferecia um “altíssimo risco” para a União.
Já o entendimento dentro dos Correios é de que é preciso ampliar o portfólio de bancos, mas o período eleitoral reduziu o apetite do mercado. A estratégia agora é diminuir o tamanho do “cheque” para atrair mais instituições e tentar taxas menores.
Esse movimento já havia sido sinalizado internamente. Em comunicado enviado a funcionários na sexta-feira (5), a diretoria informou que trabalha junto ao Tesouro em alternativas após a recusa ao primeiro empréstimo e destacou que a prioridade é readequar o modelo financeiro para torná-lo viável.