Quarta-feira, 05 de Novembro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 11 de junho de 2022
As sublinhagens BA.4 e BA.5, da ômicron, foram identificadas pela primeira vez no Brasil no mês de maio e, mesmo em pouco tempo, segundo o 14° relatório feito pelo Instituto Todos pela Saúde (ITpS), elas devem atingir seu pico de transmissão até este sábado (11). No levantamento, foram analisados 123.829 testes de PCR feitos entre os dias 7 de maio e 4 de junho, por laboratórios privados das regiões Sudeste e Centro-Oeste.
A análise mostra que, neste período, houve um aumento de 10,4% para 44% nos casos positivos das duas subvariantes e que o estado que lidera os casos é São Paulo, concentrando 38% de positividade para a infecção, seguido por Mato Grosso e Distrito Federal, ambos com 36%.
Também foi possível traçar a idade dos grupos cuja taxa de positividade para BA.4 e BA.5 foi maior. Segundo a pesquisa, pessoas que têm mais de 80 anos tiveram um crescimento expressivo, um aumento de 29% para 44%.
Já nas duas últimas semanas, foi identificado um aumento de 10% para 14% entre crianças de até 4 anos, e certa estabilização entre crianças e adolescentes de 5 a 19 anos. O estudo também mostrou que, em pessoas com mais de 30 anos, a taxa de positividade é superior a 40%.
“Apesar da situação mais favorável, a alta de casos de covid acende um alerta aos mais vulneráveis, como idosos, imunossuprimidos e pessoas não vacinadas. O Brasil precisa com urgência ampliar a cobertura vacinal para covid e também para gripe”, afirma, em nota à imprensa, o imunologista Jorge Kalil, diretor-presidente do ITpS.
Segundo o Instituto, a expectativa é de que, ao longo de junho e julho, haja uma queda de positividade das subvariantes BA.4 e BA.5 e de casos em geral. Além disso, é esperado que os impactos na saúde pública dessas ondas sejam inferiores aos da BA.1 – responsável pelo surto entre dezembro e janeiro de 2022.
O ITpS monitora a chegada e disseminação da Ômicron no Brasil desde dezembro, com parceria de laboratórios privados. Sua atuação de combate à pandemia abrange três frentes: o fortalecimento de redes de vigilância epidemiológica, a análise de dados e a informação.
Contra covid e gripe
Diante do aumento significativo do número de casos de covid-19 no País, vários governos municipais voltaram a recomendar o uso de máscara em ambientes fechados. Uma orientação que também pode ajudar a conter o avanço do vírus influenza, causador de infecção do sistema respiratório com alta mortalidade entre grupos vulneráveis.
A boa notícia é que existe uma máscara capaz de inativar ambos os vírus. Já comercializado com o nome de Phitta Mask, o produto foi desenvolvido no Instituto de Química da Universidade de São Paulo (IQ-USP) em parceria com a empresa Golden Technology.
O tecido da máscara é impregnado por um composto químico, o Phtalox, capaz de eliminar as partículas virais no momento em que elas entram em contato com a máscara. Em questão de segundos, a camada mais externa do vírus é destruída, impedindo sua replicação.
Em 2020 e 2021, o Instituto de Ciências Biomédicas (ICB-USP) realizou os testes que comprovaram sua eficácia (99%) contra o Sars-CoV-2 e suas variantes ômicron, delta, gama (P1) e zeta (P2). Não foi diferente com o influenza.
Os testes foram feitos em microplacas contendo as culturas de células, onde foram cultivados os vírus. Pedaços do tecido da máscara foram então colocados em contato com os vírus, quando se constatou a inativação completa deles por meio de microscópio, ao contrário dos testes de controle (placas só com os vírus). “Assim como no caso do coronavírus, o Phtalox também se mantém ativo por até 12 horas, conferindo proteção contra o influenza durante todo esse período”, explica o virologista.