Quinta-feira, 06 de Novembro de 2025

Home Política CPI do INSS aprova acareação com Careca do INSS e prisão de cinco pessoas

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A CPI do INSS aprovou, nesta quinta-feira (6), a acareação entre Antônio Carlos Camilo Antunes, o Careca do INSS, e o advogado Eli Cohen e mais cinco pedidos de prisão.

Acareação é a forma de apurar a verdade de declarações ou depoimentos, confrontando duas pessoas frente a frente. O colegiado também fará, entre outras, a quebra dos sigilos bancário e fiscal da Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado da Bahia (Fetag-BA).

Os requerimentos pedindo a acareação são do vice-presidente da CPI, Duarte Jr. (PSB-MA), e do líder do governo na comissão, Paulo Pimenta (PT-RS). O parlamentar cita que, no depoimento à CPI, Cohen apontou que o Careca do INSS seria figura central de um dos núcleos que operacionalizavam a fraude.

O relatório aponta que o Careca do INSS é sócio de 22 empresas, e que “várias” teriam sido utilizadas nas fraudes. Segundo a PF, as empresas dele operaram como intermediárias dos sindicatos e associações, recebendo os recursos que eram debitados indevidamente dos aposentados e pensionistas, e repassando parte deles a servidores do Instituto ou familiares e empresas ligadas a eles.

Quando foi à CPI, o Careca disse que o apelido que ele ganhou foi um rótulo criado por Cohen, que teria tentado, em mais de uma vez, o extorquir. “Houve importantes divergências nos depoimentos prestados por autoridades a esta CPI”, afirmou Pimenta.

A CPI aprovou os pedidos de prisão do dirigente da Amar Brasil, Felipe Macedo Gomes; do sócio de empresas ligadas ao Careca, Domingos Sávio de Castro; do empresário apontado como intermediário do Careca, Rubens Oliveira Costa; do presidente do Instituto Terra e Trabalho (ITT), Vinícius Ramos da Cruz; e do presidente da Cooperativa de Trabalho e Comercialização da Cadeia Produtiva do Mais Pescado e Produtos Conafer (Conamap), Silas Vaz.

Houve também a aprovação do pedido para que o passaporte daqueles que já tiveram a prisão decretada seja apreendido.

Foram aprovados, no total, 186 requerimentos. A grande maioria trata de quebras de sigilo de empresas apontadas por investigações da Polícia Federal que apontou a existência de um esquema fraudulento de descontos não autorizados em aposentadorias.

A CPI também coloca a Fetag da Bahia na mira. Como revelou o Estadão, essa federação repassou pelo menos R$ 2,7 milhões para ex-assessores de políticos do PCdoB.

O valor corresponde à soma de pagamentos feitos a 21 beneficiários pela Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais e Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado da Bahia entre 2021 e 2022 e entre 2024 e 2025.

Também nesta quinta-feira, a CPI ouviu o ex-ministro da Previdência Onyx Lorenzoni. O depoimento do ex-ministro era um dos mais aguardados pela base governista na CPI.

Na oportunidade foi registrado um bate-boca intenso entre governo e oposição, reforçando a polarização entre apoiadores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Durante a oitiva, Lorenzoni defendeu o governo Bolsonaro, do qual fez parte. O nome do ex-presidente foi mencionado mais de 100 vezes até o fim da tarde. A sessão ainda foi marcada por discussões e provocações entre lulistas e bolsonaristas. Em alguns momentos, a fraude nos descontos associativos no INSS pareceu ser tema secundário.

O próprio Onyx destacou que a sessão foi uma antecipação da disputa no Rio Grande do Sul – Estado pelo qual ele foi candidato ao governo, em 2022 – ao entrar em discussão com o líder do governo na CPI, deputado Paulo Pimenta (PT-RS).

Onyx afirmou que não conhece o empresário Felipe Macedo Gomes, um dos investigados pela comissão e doador de R$ 60 mil para sua campanha ao governo do Rio Grande do Sul em 2022.

“Não conheço esse cidadão, não sei quem é e nunca pediria dinheiro para bandido”, disse Onyx, em resposta ao relator, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), que questionou a doação.

Segundo o ex-ministro, as contribuições à campanha foram analisadas por seu contador e, se houver qualquer irregularidade, os valores serão devolvidos. “Tive 115 doadores e não conheço mais de 30 ou 35% deles. Nunca vi esse cidadão”, afirmou.

 

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