Sexta-feira, 10 de Outubro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 9 de outubro de 2025
A CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) que investiga descontos irregulares em benefícios do INSS teve uma nova cena de tumulto nessa quinta-feira (9), com deputados e advogados gritando e apontando dedos em riste uns para os outros.
O tumulto começou depois de o deputado bolsonarista Maurício Marcon (Podemos-RS) dizer que o depoente seria preso. Quem prestava depoimento é Milton Batista Souza Filho, presidente do Sindapi (Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos), uma das entidades investigadas. O sindicato tem como vice-presidente José Ferreira da Silva, irmão do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.
“O PT vai te esquecer lá numa cadeia. O senhor vai ficar lá porque vai limpar a barra talvez do irmão do Lula. E aí, meu amigo, acabou advogado caro, acabou proteção, porque daí o senhor é testa de ferro”, disse Marcon.
Em seguida, um dos advogados de Baptista, Bruno Borragine, protestou e pediu a palavra. Deu-se o seguinte diálogo, já aos gritos:
* Marcon: Meu Deus do céu, o que eu falei?!
* Borragine: Pela ordem sim! Eu posso falar pela ordem. Eu vou falar pela ordem quantas vezes for necessário!
* Marcon: Eu tenho mandato, amigo! Eu tenho mandato aqui!
* Borragine: A lei federal foi aprovada nesta Casa! Posso e vou falar!
* Marcon: Apontando o dedo para parlamentar?!
* Borragine: Está apontando o dedo para mim também!
O presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), tentou retomar a reunião, mas outro foco de tumulto surgiu.
O deputado Luiz Lima (Novo-RJ) e outro advogado de Baptista, Paulo Roberto Petri da Silva apontavam um para o outro e gritavam. “Não aponta o dedo para mim!”, exclamava repetidamente o deputado.
Depois de alguns minutos Viana conseguiu retomar o controle da reunião e permitiu que Marcon terminasse seu pronunciamento. “Vou te devolver os dois minutos, mas vossa excelência fará um acordo comigo: não se dirigirá mais ao depoente”, disse o presidente do colegiado.
“Em nenhum momento eu falei nada de errado. Nós chegamos no extremo de um advogado, que eu respeito, apontar dedo para parlamentar. Isso aqui não é a casa da mãe Joana”, declarou Marcon.
Houve um tumulto semelhante no final de setembro em outra reunião da CPMI. O relator da comissão, Alfredo Gaspar (União-AL), chamou o depoente – Antonio Carlos Antunes, que ficou conhecido como “Careca do INSS” – de ladrão. O advogado Cleber Lopes protestou, integrantes do colegiado reagiram e o tumulto se instalou. (Com informações da Folha de S.Paulo)