Sábado, 27 de Abril de 2024

Home Carlos Roberto Schwartsmann Crianças nascem, maternidades morrem!

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A expressão “deu à luz” significa dizer que o bebê nasceu! Ele estava na escuridão, dentro do útero, e a mãe lhe proporcionou a luz do dia, a luz da vida!

O parto é um ato que se repete há milhões de anos. Na história, existem registros de mais de cinco mil anos através de desenhos, pinturas e esculturas.
Nas civilizações antigas, a mãe se retirava e, sozinha, distante, cumpria o ritual do parto de pé ou de cócoras. Com a evolução, outra mulher passou a auxiliar a gestante. A seguir apareceram diversos tipos de cadeiras que auxiliavam as parturientes.

Segundo fontes historiográficas, o imperador Júlio Cesar foi retirado de dentro da mãe, Aurélia, após sua morte com corte no ventre. Esta seria a origem da palavra cesariana. Entretanto, o primeiro registro desta pseudo-cirurgia é de 1.500 na cidade de Singerhaufen na Suíça. Um castrador de porcos, Jacob Nufer, promoveu com sucesso o nascimento do filho. A mãe também sobreviveu!

Certamente podemos analisar diferentes aspectos psicológicos que envolvem a mãe durante a gestação: felicidade, alegria, desejo, medo, ansiedade, etc.
A gestante necessita de tranquilidade e apoio físico e mental. Talvez o sentimento mais angustiante seja o de apreensão: “Onde e como meu filho vai nascer?!”

Nós brasileiros não nos preocupamos e não compadecemos com a resposta desta pergunta.

Em termos de parto estamos voltando ao período medieval. Centenas de maternidades são fechadas anualmente no Brasil. Em 2020, fiquei estarrecido quando o hospital São Lucas da PUC fechou todo setor materno-infantil alegando grandes prejuízos! No próximo 30 de dezembro irá fechar a maternidade do hospital Pompéia de Caxias do Sul, onde o ex-governador Germano Rigotto nasceu. O déficit alegado pelo hospital é de 1,2 milhões mensal, atendendo o SUS.

Quase a metade dos municípios do Rio Grande do Sul não tem mais maternidade: entre eles, Viamão, Alvorada, Triunfo, Guaíba, etc.
No momento mágico de suas vidas, milhares de parturientes gaúchas necessitam peregrinar vários quilômetros em busca de uma maternidade, para poder ver e abraçar seu sonhado filho!

Nunca tive dúvidas que a municipalização foi um desastre para a saúde pública do país.

Caros prefeitos: os senhores não tem vergonha de não possuir uma simples e singela maternidade no seu município?!

Carlos Roberto Schwartsmann – Médico e Professor universitário

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