Segunda-feira, 20 de Janeiro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 9 de dezembro de 2024
Uma investigação global liderada pela Agência Nacional de Crimes (NCA) do Reino Unido descobriu um esquema bilionário de lavagem de dinheiro com criptoativos utilizado por traficantes de drogas, espiões russos e outros criminosos, informou o “Financial Times”.
Batizada de “Operação Destabilise”, a ação focou nas empresas Smart e TGR, e resultou na prisão de 84 indivíduos e na apreensão de mais de 20 milhões de libras esterlinas (R$ 153,4 milhões) em dinheiro e criptomoedas.
A rede operava em mais de 30 países, incluindo Reino Unido, Rússia e Dubai, e tinha entre seus clientes o cartel irlandês Kinahan, conhecido pelo tráfico de cocaína e por ligações com diversos homicídios. O esquema também contemplava grupos de cibercriminosos que aplicavam golpes de “ransomware” (sequestro de dados) e operações de espionagem russas que ocorreram entre 2022 e 2023.
Esses grupos usavam criptomoedas, como a stablecoin – moeda digital pareada ao dólar – tether (USDT), para lavar dinheiro de atividades ilícitas e financiar operações clandestinas. Segundo a NCA, traficantes de drogas, com excesso de dinheiro em espécie, entregavam valores para serem convertidos em criptomoedas, que eram posteriormente usadas por cibercriminosos russos e elites sancionadas para acessar moeda forte, contornando sanções ocidentais.
O diretor da NCA, Rob Jones, disse que foi a primeira vez que foi possível identificar uma conexão entre as elites russas, cibercriminosos detentores de grandes quantidades de criptomoedas e gangues de rua do Reino Unido ligadas ao tráfico internacional de drogas. A rede também teria movimentado recursos de grupos sancionados, como a emissora estatal russa RT, que usou o esquema para transferir dinheiro e financiar operações no Reino Unido.
Além disso, a investigação revelou como as criptomoedas facilitaram a adaptação de redes criminosas às restrições impostas por sanções e a pandemia de covid-19, que dificultaram o transporte de dinheiro físico. Apesar do impacto da operação, as autoridades alertaram que outros podem ocupar o lugar dos detidos, mas enfatizaram que agora possuem um entendimento mais detalhado de como essas redes operam.
Fora a NCA, o FBI, que é a Polícia Federal dos EUA, e autoridades francesas e irlandesas também contribuíram com a apuração dos crimes. (Com informações do Valor Econômico)
No Ar: Pampa Na Madrugada