Quarta-feira, 30 de Abril de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 22 de abril de 2025
Menos de dois meses após retornar ao regime semiaberto, uma das mulheres condenadas pelo assassinato do menino Bernardo Boldrini – em 2014 – foi encontrada morta em uma cela do Instituto Penal Feminino de Porto Alegre, nessa terça-feira (22). A Polícia Penal informou que o corpo apresenta sinais de enforcamento, mas o caso é investigado.
Trata-se de Edelvânia Wirganovicz, 51 anos. Em 2019, ela foi condenada a 22 anos de cadeia como cúmplice do infanticídio e ocultação do cadáver nas imediações de Três Passos (Noroeste gaúcho) pela amiga Graciele Ugulini, madrasta do garoto.
Edelvânia já estava presa ao receber a sentença e passou ao regime semiaberto em 2022, mas no ano seguinte a Justiça gaúcha impôs a prisão domiciliar com uso de tornozeleira eletrônica, por causa do déficil de vagas no sistema carcerário. Em 25 de fevereiro deste ano, a medida foi derrubada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e teve que retornar ao semiaberto, por ainda não ter cumprido tempo de reclusão compatível com o benefício.
Em meio a esse vai-e-vem jurídico, o advogado de defesa de Edelvânia protestou. Principal argumento: sua cliente sofria risco de morte ao retornar para o sistema prisional, devido à tradicional retaliação por outras apenadas à presença de envolvidos em crimes contra crianças.
A morte da apenada também ocorreu cinco dias após a madrasta de Bernardo ser autorizada a progredir para o semiaberto, avanço conquistado com dedicação a trabalho e estudo no presídio feminino.
Relembre o crime
O estudante Bernardo Uglione Boldrini tinha 11 anos quando recebeu uma overdose de sedativos, no dia 4 abril de 2014, em Três Passos, onde vivia com o pai e a madrasta em uma casa na área central da cidade. O casal comunicou o desaparecimento e o corpo do garoto foi encontrado dez dias depois, em cova à beira de um riacho no município de Frederico Westphalen.
De acordo com as investigações da Polícia Civil e a denúncia do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), o casal planejou e participou de todas as etapas do crime. Para isso, contou com a ajuda de Edelvânia e do irmão desta última, mediante oferecimento de vantagens financeiras.
Eles teriam conduzido a vítima até o local de sua morte, além de combinarem versões, posteriormente, para apresentar álibis compatíveis entre si. O assassinato teria sido cometido, basicamente, por dois motivos:
– A madrasta de Bernardo não queria partilhar com o menino os bens deixados pela mãe dele, que já havia morrido (por suicídio) em 2010.
– O pré-adolescente era considerado “um estorvo” à nova configuração familiar decorrente do segundo casamento do pai, que gerou uma filha, meia-irmã do garoto.
(Marcello Campos)
Voltar Todas de Rio Grande do Sul
No Ar: Pampa Na Madrugada