Quinta-feira, 06 de Novembro de 2025

Home em foco Cúpula das Forças Armadas recebe bem sinalização de diálogo e pacificação de novo ministro da Defesa

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Militares da cúpula das Forças Armadas receberam bem as declarações do futuro ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, de que é preciso “despolitizar” e “despartidarizar” as Forças Armadas. Nas palavras de um general, o fato de o futuro ministro ter feito acenos de diálogo, inclusive ao presidente Jair Bolsonaro, cria um ambiente interno de pacificação.

“O que eu proponho? Que nós voltemos a ser o que sempre fomos e deu certo. Os militares guardiões, uma instituição de Estado e sem participar de política”, afirmou José Múcio em entrevista.

O político também disse avaliar, na entrevista, que as Forças Armadas têm demonstrado que “não apoiam qualquer movimento” de base golpista ou antidemocrática, mas reconheceu que há uma forte divisão política entre os militares.

“As Forças Armadas têm demonstrado que não apoiam qualquer movimento desses [golpistas]. Evidentemente que têm suas preferências. Se você me dizer que temos três Forças, sou capaz de dizer que temos seis Forças. O Exército, a Marinha e a Aeronáutica que gostam de Bolsonaro; e o Exército, a Marinha e a Aeronáutica que gostam de Lula”, declarou José Múcio.

“É uma volta ao passado? Não. É uma volta ao que sempre foi nas Forças Armadas. A despolitização, e mais, a despartidarização das Forças Armadas é uma coisa absolutamente necessária para o país”, seguiu.

“A sociedade respeita as Forças Armadas pela sua união, força, responsabilidade. Eles tiveram muitas oportunidades de exercitar essa falta de patriotismo [dando um golpe]. Precisamos juntar todos, porque nunca esse país precisou tanto da consciência de que, em um tropeço qualquer na nossa democracia, todos sairemos prejudicados”, acrescentou o futuro ministro.

Civis

José Múcio anunciou que seu secretário-geral no Ministério da Defesa será Luiz Henrique Pochyly da Costa – um civil, assim como o futuro ministro. Pochyly trabalhou com Monteiro no Tribunal de Contas da União.

O Ministério da Defesa foi criado em 1999 e, até 2018, tinha sido comandado apenas por civis: uma forma de garantia a primazia dos civis sobre os militares, afastando os riscos de uma nova ditadura como a que vigorou no país entre 1964 e 1985.

No último ano de governo Michel Temer e nos quatro anos de governo Jair Bolsonaro, no entanto, a pasta foi chefiada por generais do Exército.

Comando

O futuro ministro da Defesa afirmou que o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, delegou a ele a função de escolher os novos comandantes de Exército, Marinha e Aeronáutica.

Monteiro, então, decidiu seguir a regra hierárquica tradicional: colocar nos cargos os militares “mais antigos” de cada força.

Com isso, serão comandantes a partir de 2023:

Aeronáutica: tenente-brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno;
Exército: general Julio Cesar de Arruda;
Marinha: almirante de Esquadra Marcos Sampaio Olsen.

Ainda falando de hierarquia, Monteiro afirmou que, no novo governo, não será “tolerado” que militares das Forças Armadas façam manifestações políticas nas redes sociais ou em outro meio.

“Nunca houve, prejudicou as Forças Armadas e não há interesse para as corporações que essas coisas permaneçam”, disse.

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