Sexta-feira, 07 de Novembro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 18 de junho de 2023
A revelação de uma minuta para decretação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) e novas mensagens golpistas no celular de Mauro Cid, aumentaram as chances do coronel ser expulso do Exército. A legislação determina que militares condenados a mais de dois anos na Justiça comum tenham sua permanência na Força analisada e decidida pelo Superior Tribunal Militar (STM) durante o chamado “processo de indignidade e incompatibilidade para o oficialato”.
Esse é o provável futuro que Cid vai enfrentar, já que é alvo de uma série de processos no Supremo Tribunal Federal (STF), que vão da entrada irregular de joias da Arábia Saudita aos atos golpistas de 8 de janeiro, segundo informações apuradas pela jornalista Bela Megale.
A avaliação de membros das Forças Armadas e do STM é que a pressão política para expulsão do coronel será elevada. A avaliação de integrantes de alta patente das Forças Armadas é que Mauro Cid errou mais uma vez ao não estabelecer freios nas mensagens golpistas que recebeu em seu celular após a derrota de Bolsonaro nas urnas.
Atualmente, o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro responde a várias ações na Justiça comum, sendo impedido de ser transferido ou promovido, assumir comando de tropas ou ter qualquer progressão de carreira no Exército.
O coronel está preso desde o mês passado, mas sua família segue com residência na Vila Militar e ele permanece recebendo salário.
Como revelou a revista Veja, o coronel Jean Lawand enviou mensagens a Cid nas quais diz que Bolsonaro, ainda como presidente, tinha que “dar a ordem” para que os militares agissem, referindo-se a um golpe para impedir a posse de Lula. “Convença o 01 a salvar esse país”, escreveu Lawand.
Em resposta, Cid não faz reprimendas e se limitou a responder: “Estamos na luta”.
Os militares, no entanto, afirmam que Cid se defenderá na Justiça e que é só depois da conclusão dos julgamentos que o envolvem, é que será possível saber qual será o futuro de Mauro Cid na corporação.
CPI dos Atos Antidemocráticos
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes autorizou o depoimento do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos, na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF). Cid está preso desde 3 de maio no Batalhão de Polícia do Exército. Ele é investigado por falsificar cartões de vacina da Covid-19, incluindo documentos da própria família de Bolsonaro.
No âmbito dessa investigação, a Polícia Federal encontrou no celular do tenente-coronel uma minuta de um decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) e estudos para darem suporte a eventual golpe de Estado no País.
Em sua decisão, Moraes ressaltou que a condução de Cid para a CLDF deverá ser feita “mediante escolta policial e somente ocorrerá se houver sua prévia concordância”, uma vez que o STF proibiu a realização de conduções coercitivas de investigados.