Sexta-feira, 03 de Maio de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 14 de abril de 2024
O Irã realizou um ataque inédito contra Israel na noite de sábado (13). O bombardeio cumpriu a promessa das autoridades iranianas de “punir Israel” como resposta a um ataque contra um consulado do Irã. A agência de notícias Associated Press informou que essa foi primeira vez que em o Irã lançou um ataque militar direto a Israel, apesar de mais de quatro décadas de uma inimizade que remonta à Revolução Islâmica de 1979.
A escalada na crise começou no dia 1º de abril, quando um ataque israelense matou um comandante sênior da Guarda Revolucionária do Irã e outras seis pessoas na Síria. O bombardeio atingiu a missão diplomática do Irã em Damasco e foi conduzido por aviões militares. À época, Israel evitou comentar o caso, mas fontes da Defesa israelense confirmaram a autoria do bombardeio ao jornal “The New York Times”.
Um dia depois do ataque, o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, prometeu vingança e disse que Israel iria se arrepender do ataque. Na mesma linha, o presidente do Irã, Ebrahim Raisi, afirmou que o bombardeio não ficaria sem resposta. Ao Conselho de Segurança da ONU, o Irã disse que tinha o direito de revidar o ataque de Israel e pediu que o órgão fizesse uma reunião de emergência para discutir a agressão.
Nos dias seguintes, surgiram informações sobre a possibilidade efetiva de uma resposta do Irã. O governo dos Estados Unidos, inclusive, demonstrou preocupação diante da ameaça.
No dia 10 de abril, o aiatolá Ali Khamenei voltou a prometer uma resposta contra Israel durante um discurso de encerramento do mês sagrado dos muçulmanos, o Ramadã. Em resposta, o ministro das Relações Exteriores israelense, Israel Katz, escreveu em uma rede social que “se o Irã lançar um ataque do próprio território, Israel vai responder e atacar o Irã”.
Na manhã de sábado (13), o Irã apreendeu um navio português e disse que a embarcação é ligada a Israel. A ação iraniana aumentou as especulações sobre a iminência de um ataque contra Israel.
Nesse mesmo dia, as Forças de Defesa de Israel ordenaram a suspensão de aulas em todo o país e a restrição de aglomerações. Poucas horas depois, os militares afirmaram que o Irã havia lançado o ataque, enviando dezenas de drones para Israel.
Enquanto o ataque não chegava em solo israelense efetivamente, diversas ações foram tomadas. Entre elas o fechamento do espaço aéreo no Iraque, Líbano e Israel, além do posicionamento de caças e efetivo militar para conseguir derrubar os drones antes que eles atingissem os alvos. Também foram acionadas sirenes em algumas regiões de Israel, alertando a população sobre o ataque.
Explosões começaram a ser ouvidas em Jerusalém às 20h, pelo horário de Brasília. Imagens registraram drones sendo interceptados e destruídos pelas forças israelenses ainda no ar. Parte dos artefatos foi derrubado no caminho por aeronaves de Israel, dos Estados Unidos, do Reino Unido e da Jordânia.
Fim do ataque
Ainda antes de os artefatos chegarem a Israel, a missão do Irã na ONU afirmou que o ataque estava encerrado, referindo-se a ele com uma “ação legítima”.
“O assunto pode ser considerado encerrado. Contudo, se o regime israelense cometer outro erro, a resposta do Irã será consideravelmente mais severa”, escreveu o perfil da missão do Irã na ONU em uma rede social.
Além disso, o Irã confirmou que também havia lançado mísseis contra Israel. Ao todo, foram mais de 300 artefatos, entre drones e mísseis de cruzeiro e balísticos.
Pouco depois das 20h, no horário de Brasília, as Forças de Defesa de Israel informaram que os moradores de Israel não precisavam mais se abrigar.
Defesa
De acordo com o jornal “The Jerusalem Post”, o porta-voz do Exército de Israel, Daniel Hagari, afirmou que quase todos os drones foram derrubados por caças. Israel também acionou o chamado “Domo de Ferro”, que consegue interceptar artefatos ainda no ar e explodi-los.
No entanto, uma agência estatal de notícias iraniana afirmou que mísseis lançados pelo país ultrapassaram a proteção.
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