Quinta-feira, 04 de Setembro de 2025

Home Rio Grande do Sul Debate sobre agricultura e mudanças climáticas movimenta a programação da 48ª Expointer

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Realizado pela Assembleia Legislativa gaúcha, o 3º Grande Debate do Fórum Democrático lotou nessa quarta-feira (3) o auditório da Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, durante a Expointer. A pauta foram as mudanças climáticas, sustentabilidade e futuro do segmento no Rio Grande do Sul.
Participaram os deputados Zé Nunes (PT), presidente da Comissão de Agricultura, Pecuária, Pesca e Cooperativismo da AL, Miguel Rossetto (PT), Professor Bonatto(PSDB), Elton Weber (PSB) e Jeferson Fernandes (PT), além de especialistas e representantes do segmento agropecuário. Na lita, o superintendente do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Milton Bernardes, o engenheiro-agrônomo Jairo Carbonari, do Ministério da Agricultura e Pecuária.

Pelo painel “Pacto RS 25: o crescimento sustentável é agora”, o presidente da ALRS, deputado Pepe Vargas (PT), assinalou a necessidade da retomada do crescimento do RS, ponderando que é urgente considerar as questões relacionadas à sustentabilidade:

“Nosso estado vem perdendo participação econômica relativa tanto no cenário nacional quanto na Região Sul. Ao final do processo do Fórum, iremos sistematizar as diretrizes que irão compor o documento a ser entregue às representações governamentais”.

Enfrentar a crise climática depende, segundo o presidente do Legislativo gaúcho, de uma construção coletiva que envolva todos os atores da sociedade, de forma a avançar na direção de uma produção agropecuária justa. Na sequência, o coordenador do Fórum, Ronaldo Zulke, e a assessora do Fórum, Fernanda Corezola, apresentaram a Plataforma Digital de Participação Popular Pacto RS 25, suas funcionalidades e conteúdos.

O seminário foi dividido em três blocos. A primeira apresentação teve como enfoque “As atuais condições de manejo dos solos agrícolas e as enchentes no Rio Grande do Sul”, com o professor Jean Minella, do Departamento de Solos da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).

Minella trouxe aspectos relacionados aos problemas sobre escoamento superficial e manejos de solo e de plantas e mostrou estudos de casos realizados no Interior do Estado: “O relevo do RS de coxilhas favorece ao escoamento de água  em excesso e à perda de nutrientes no sedimento erodido. Assim, se forma a agricultura do desperdício. Por isso, é preciso conter  o escoamento para se ter maior produtividade”.

Ele apresentou, ainda, um resumo da dinâmica da relação de manejo com a disponibilidade hídrica. Para o professor, as práticas conservacionistas podem ser produtivistas. “Eficiência também significa controlar o escoamento”, resumiu.

O bloco 2 abordou “Operação 365” – programa de melhoria da qualidade biológica, física e química do solo, com condução do chefe-geral da Embrapa Trigo, Jorge Lemainski.  Ele começou questionando “Para onde podemos ir e como chegar lá?” em relação ao manejo de raízes e enfrentamento de estiagens. As respostas, para o professor, passam pela redução das desordens físicas e químicas  para restabelecer os fluxos de água.

“É preciso acertar a calagem do plantio, o ph, para adequar a regulação química. Temos de cuidar dos produtos utilizados, pois o solo é um ser vivo. Sem raízes, não rodam fluxos de água ideais.”, salientou.

Aumento da produtividade

No terceiro bloco, os comentaristas Caio Vianna, da Rede Técnica das Cooperativas, e Claudinei Baldissera, diretor técnico da Emater-RS, destacaram que as conferências do evento demonstraram as possibilidades de aumento de produtividade, por meio de gestões assertivas e preocupadas com a preservação ambiental.

“Podemos ter políticas públicas de incentivo, mas é preciso aplicar os resultados dos estudos técnicos por meio do compartilhamento de informações. E temos de lembrar que a água é o nosso melhor insumo”, sublinhou Caio Vianna.

Já Claudinei Baldissera mencionou que a Emater dedica-se a discutir metodologias e técnicas de plantios e manejos. E, segundo ele, uma das preocupações da entidade está ligada ao escoamento superficial da água e a erosão dos solos, eventos que já acontecem no RS, mesmo sem calamidades: “Nesse cenário, é preciso destacar a importância das ações dos Comitês de Bacias Hidrológicas”.

No segmento final, a plateia teve a oportunidade de se manifestar sobre as conferências e abordar propostas de ações para a agropecuária. O músico Antônio Gringo fez a abertura cultural da atividade.

(Marcello Campos)

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