Sexta-feira, 14 de Novembro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 14 de novembro de 2025
A defesa de Cristiano Atelier Roratto apresentou à Justiça uma denúncia sobre o que considera um impasse institucional que estaria paralisando a investigação do incêndio da Pousada Garoa, ocorrido em abril de 2024, em Porto Alegre. Segundo os advogados, o caso permanece sem avanços devido à falta de encaminhamento de provas e à ausência de decisões por parte dos órgãos responsáveis.
De acordo com o advogado Fabio Luis Correa dos Santos, o Ministério Público afirma que os pedidos da defesa devem ser direcionados à Polícia Civil. A corporação, por sua vez, sustenta ser legalmente impedida de atender às solicitações sem ordem judicial. “O resultado é que nenhuma das provas apresentadas foi analisada. Nos autos já constam boletins de ocorrência, queixas-crime por ameaça, o relatório final da CPI e vídeos e depoimentos inéditos — todos ignorados. Testemunhas continuam sob risco, sem medidas protetivas”, afirma o advogado.
A defesa também aponta que a notícia-crime contra Leonardo da Silva Nogueira, conhecido como “Belo” e citado por sobreviventes como possível autor do incêndio e de ameaças, está há mais de quatro meses sem despacho. Para os advogados, a ausência de medidas reforça a omissão estatal.
Diante do impasse entre MP e Polícia Civil, a defesa solicitou a intervenção imediata do Judiciário para destravar a investigação, garantir a análise das provas já apresentadas e implementar medidas de proteção às testemunhas.
O caso
O incêndio ocorreu na madrugada de 26 de abril de 2024, em uma unidade da Pousada Garoa localizada entre as ruas Barros Cassal e Garibaldi, próximo à Estação Rodoviária de Porto Alegre. O local abrigava pessoas em situação de vulnerabilidade social. Ao todo, 11 pessoas morreram, 15 ficaram feridas e dezenas conseguiram escapar das chamas, que começaram por volta das 2h30.