Quarta-feira, 26 de Novembro de 2025

Home em foco Denúncias de assédio eleitoral equivalem a mais de cinco vezes o que foi registrado nas eleições de 2018

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“Pense em garantir seu emprego para 2023”. Frases como esta têm sido usadas por empregadores para coagir funcionários a votarem em seus candidatos à Presidência. Desde o fim do primeiro turno, casos de assédio eleitoral têm aumentado em tempo recorde, gerando uma série de denúncias ao Ministério Público do Trabalho (MPT).

O número de ocorrências em 2022 já equivale a mais de cinco vezes o total na última eleição: até a sexta-feira (21), o MPT recebeu 1.155 denúncias, ante 212 em 2018.

Segundo maior colégio eleitoral do país e palco de disputa entre os presidenciáveis, Minas Gerais é o estado que concentra o maior número de denúncias: 301 casos sob conhecimento do MPT. No interior do estado, em Passos, três empresários que presidem associações do comércio foram alvo de decisão liminar da Justiça do Trabalho.

Isso ocorreu após a divulgação de vídeo no qual orientam colegas e associados a coagirem funcionários a votar em Jair Bolsonaro. A Justiça determinou que eles removam o conteúdo de todas as mídias e façam “retratação cabal” do conteúdo.

“Nós, empresários, temos que conscientizar nossos funcionários a votar no Bolsonaro. Você que é nosso colaborador pense nisso, pense em garantir seu emprego para 2023”, afirmou Gilson Madureira, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Passos (Sindpass), na publicação.

No fim do vídeo, Madureira; Renato Mohallen, presidente da Associação Comercial e Industrial de Passos (Acip); e Frank Lemos, presidente do Clube dos Dirigentes e Lojistas de Passos; fazem coro: “Deus, Pátria, Família e Liberdade! Bolsonaro, 22! Dia 30 de outubro”.

Parar de investir

Na ação movida pelo MPT, o órgão argumenta que, além de coagir os funcionários, os comerciantes usam da posição que ocupam nas associações para influenciar outros empresários a fazerem o mesmo.

A Justiça proibiu os empresários de utilizarem a estrutura das associações em favor de algum candidato, sob multa de R$30 mil a R$ 1 milhão caso as ordens sejam descumpridas.

Há muitos casos no agronegócio. Em uma das denúncias, o grupo Soberano Agronegócios assinou Termo de Ajuste de Conduta (TAC) com o MPT no Tocantins após divulgar comunicado ameaçando encerrar investimentos no estado caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vença.

A empresa se comprometeu a divulgar comunicado afirmando que os funcionários são livres para escolher candidatos e que é proibido influenciar o voto de empregados. A empresa terá de fazer reuniões informando sobre o tema.

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