Sexta-feira, 06 de Junho de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 4 de junho de 2025
A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) está na Flórida, nos Estados Unidos, segundo a sua assessoria de imprensa. Na terça (3), a parlamentar já havia dito que estava no país americano e que seu intuito é viajar para a Itália, onde tem cidadania. Sua saída no país ocorre após ter sido condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a dez anos de prisão.
Antes da confirmação da assessoria, a colunista Malu Gaspar, do jornal O Globo, já havia antecipado a localização da parlamentar. Ela teria viajado de Buenos Aires até Miami. Seu marido, Coronel Aginaldo, viajou com ela.
Na terça-feira, em entrevista à Auriverde, Zambelli anunciou seus planos:
“Estou fora do Brasil já faz alguns dias. Vim, a princípio, buscar um tratamento médico, e agora vou pedir para que eu possa me afastar do cargo (…) Vou me basear na Europa, tenho cidadania europeia. Estou muito tranquila quanto a isso”, afirmou.
A deputada afirmou que pretende viajar pelo continente europeu e se reunir com autoridades para denunciar o que chama de distorções na realidade brasileira.
Segundo o portal G1, ela deixou o País pela Argentina, fronteira que pode ser atravessada sem o aviso de saída às autoridades brasileiras, em função do acordo do Mercosul. De lá, ela teria pego um voo para os Estados Unidos.
Zambelli deixou o País antes da conclusão do julgamento de todos os recursos contra sua condenação, que pode resultar em prisão e na perda do mandato parlamentar. A sentença foi motivada por seu envolvimento em invasões ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), Zambelli e o hacker Walter Delgatti foram responsáveis por elaborar e inserir diversos documentos falsos no sistema do CNJ.
Entre eles, um mandado de prisão forjado contra o ministro Alexandre de Moraes, redigido como se tivesse sido assinado pelo próprio magistrado. O documento foi incluído no Banco Nacional de Mandados de Prisão, vinculado ao CNJ.
Itália
O plano de ir para Itália envolve o fato de a deputada ter cidadania no país europeu e acreditar que lá ela estará imune às leis brasileiras. “Eles vão tentar me prender na Itália, mas eu não temo, porque sou cidadã italiana e lá eu sou intocável, a não ser que a justiça italiana me prenda”, disse em entrevista à CNN Brasil, ainda na terça.
Em qualquer um dos dois países, no entanto, Zambelli pode ser presa, embora nos Estados Unidos o processo deve ser menos burocrático, já que a cidadania que a deputada tem é a italiana. A explicação é do doutor em Direito Constitucional e em Direito de Estado e Justiça Social Fernando Capano.
“Os Estados Unidos mantêm convênio e termo de cooperação com o Brasil no sentido de, eventualmente, extraditar não-cidadãos que estejam em território norte-americano para responder a condenações, especialmente as transitadas em julgado, por condutas praticadas em ambiente ou sob jurisdição brasileira”, explica.
No caso da Itália, o país tem a tese, por regra constitucional, de não extraditar nacionais, salvo alguns cenários específicos. “O problema é que há precedentes no sentido de permitir essa extradição, na lógica que eles chamam de ‘cidadania prevalente’”, diz Capano. (Com informações do jornal O Globo e do Estado de S. Paulo)
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