Quarta-feira, 22 de Outubro de 2025

Home Brasil Deputado federal convidado para ministro das Comunicações ainda não decidiu se aceita o novo cargo

Compartilhe esta notícia:

O líder do União Brasil na Câmara dos Deputados, Pedro Lucas Fernandes (MA), afirmou nesta sexta-feira (11) que ainda vai discutir com a bancada de seu partido se aceitará ou não entrar no governo Lula (PT), um dia após a ministra Gleisi Hoffmann (Secretaria de Relações Institucionais) anunciar que o parlamentar seria o novo ministro das Comunicações do governo.

Em nota divulgada nas redes sociais, Pedro Lucas diz que recebeu com respeito e senso de responsabilidade o convite do presidente da República e que “qualquer definição será construída coletivamente”.

“Não tomarei nenhuma decisão sem antes ouvir os deputados e deputadas que confiam no meu trabalho e com quem compartilho, diariamente, a construção de uma agenda em defesa do país”, escreveu o deputado.

Na quinta-feira (10), Gleisi anunciou o nome de Pedro Lucas no ministério após uma reunião com o presidente Lula, o ministro Rui Costa (Casa Civil), o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), o ex-ministro Juscelino Filho (União Brasil-MA) e o próprio parlamentar no Palácio da Alvorada.

Juscelino deixou o governo na terça (8), após ser denunciado pela PGR (Procuradoria-Geral da República), sob acusação de corrupção passiva e de outros crimes relacionados a suposto desvio de emendas.

Em fala a jornalistas, Gleisi disse que o deputado pediu para assumir o ministério após o feriado da Páscoa para “encaminhar questões pessoais de mandato e em relação à liderança da bancada”.

Gleisi reiterou nesta  à Folha  de São Paulo o que havia informado no dia anterior: que o União Brasil ofereceu o nome do parlamentar, Lula reafirmou o convite, o deputado aceitou e pediu que nomeação ocorresse após a Páscoa para que ele pudesse resolver questões pessoais e da liderança.

Parte da cúpula do partido e da bancada na Câmara tenta demover o líder de ingressar o governo para evitar um processo de sucessão na liderança que pode gerar mais ruídos na sigla —que é marcada por divisões internas, com nomes mais oposicionistas e mais governistas.

No grupo de WhatsApp da bancada do partido, ao menos 19 deputados pediram, até o começo da tarde desta sexta, para que Pedro Lucas permanecesse no cargo de liderança. Dois aliados do parlamentar dizem que se esse número crescer, será difícil justificar a sua ida ao ministério.

Em resposta à nota divulgada pelo líder, parlamentares da ala oposicionista e governista elogiaram a postura do deputado e disseram que caberá a ele decidir sobre o seu futuro —mas também fizeram um apelo para que ele considerasse ficar onde está, para evitar novas divergências internas. O União Brasil tem a terceira maior bancada da Câmara, com 59 deputados.

Parlamentares dizem que Alcolumbre pressiona para emplacar Juscelino na liderança da Câmara. Deputados dizem, no entanto, que o ex-ministro não tem votos necessários para ser eleito líder, levantando dúvidas se Pedro Lucas deve deixar o posto.

De acordo com relatos de deputados do União Brasil, Juscelino já procurou colegas do partido para pedir apoio ao seu nome na disputa pela liderança. O processo que levou Pedro Lucas ao cargo de líder se arrastou por três meses, até o início do ano, diante da falta de consenso em torno de seu nome. Agora, já são discutidas nos bastidores candidaturas de nomes como Mendonça Filho (PE), Damião Feliciano (PB) e Moses Rodrigues (CE).

Desses nomes, Mendonça Filho é da ala oposicionista e crítico ferrenho da gestão petista. Há uma avaliação entre nomes próximos de Pedro Lucas de que ele poderá ajudar mais o governo permanecendo na liderança, evitando, assim, a ascensão de um parlamentar de oposição ao posto.

Um aliado do deputado diz acreditar que a divulgação dessa nota foi a maneira encontrada por ele para buscar uma saída “menos traumática” para o impasse da liderança.

Ele afirma que enxerga nesse movimento uma tentativa de pressionar Alcolumbre de desistir do nome de Juscelino para o cargo. Ele diz que, sem Juscelino, é possível construir uma candidatura de consenso para a liderança da bancada, liberando Pedro Lucas para o ministério.

Além disso, esse aliado diz que o atual líder não deve assumir um ministério se ele não tiver respaldo de sua própria bancada. Nesse sentido, o parlamentar busca o apoio coletivo para evitar qualquer desgaste nesse movimento.

Auxiliares do presidente da República também dizem enxergar na nota de Pedro Lucas um movimento para que ele consiga o apoio da bancada para assumir o ministério e pacificar o processo de sua sucessão na liderança.

De acordo com eles, esse é um roteiro que já estava previsto e foi por isso que o parlamentar pediu prazo para assumir o novo cargo. Eles minimizam que possa haver uma mudança na rota com ele optando por recuar de ingressar na Esplanada. As informações são do portal Folha de São Paulo.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Brasil

Na Arena, Grêmio perde para o Flamengo por 2 a 0 pelo Brasileirão
Projeto de lei da anistia abre brecha para beneficiar Bolsonaro. Juristas avaliam que texto dá margem para reverter condenações
Deixe seu comentário
Baixe o app da RÁDIO Pampa App Store Google Play
Ocultar
Fechar
Clique no botão acima para ouvir ao vivo
Volume

No Ar: Programa Pampa News