Domingo, 06 de Julho de 2025

Home Brasil Deputado federal que chamou a ministra Marina Silva de “adestrada” tentou beneficiar Eduardo Bolsonaro e Carla Zambelli no exterior

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O deputado Evair Vieira de Melo (PP-ES) que, no meio da semana passada, chamou de “adestrada” a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, já tentou beneficiar os deputados bolsonaristas Eduardo Bolsonaro e Carla Zambelli, que deixaram o País alegando perseguição. No mês passado, Evair propôs que a Câmara permita que um parlamentar licenciado reassuma o mandato fora do País.

Mais cedo, o parlamentar afirmou na Câmara que a ministra era “adestrada”. Ele já havia dito isso em março. Também acusou Marina Silva de usar a mesma retórica das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e dos grupos terroristas palestino Hamas e libanês Hezbollah. A ministra disse que se sentiu “terrivelmente agredida”.

Após a publicação da reportagem, Evair negou ter ofendido a ministra e disse que Eduardo Bolsonaro e Carla Zambelli são perseguidos. Leia a íntegra do comunicado ao fim da reportagem.

“Usei a expressão adestramento numa sessão passada, e não foi uma ofensa pessoal, porque repetições que busca resultado é adestramento”, disse Evair durante a sessão na Câmara com a ministra. “Esse modus operandi da ministra não é algo isolado. A estratégia dela é a mesma que as Farcs colombianas usam, que o Hamas, Hezbollah usam”.

No mês passado, Evair propôs à Câmara mudar seu regimento interno para permitir que deputados assumam o mandato mesmo no exterior. A medida, se concretizada, beneficiaria os deputados licenciados Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Carla Zambelli (PL-SP), que deixaram os mandatos alegando perseguição. Zambelli está foragida do STF e informou que estava na Itália.

Eduardo Bolsonaro, que mora nos EUA, é alvo de um inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) pelos supostos crimes de coação, obstrução de investigação e abolição violenta do Estado democrático de Direito. Para o Ministério Público Federal, o parlamentar tem atuado nos Estados Unidos para sancionar integrantes do STF, notadamente o ministro Alexandre de Moraes, relator da ação penal do golpe, na qual o ex-presidente Jair Bolsonaro é réu.

Em março, o senador Plínio Valério (PSDB-AM) afirmou que sentia vontade de “enforcar” a ministra do Meio Ambiente. Em maio, Marina Silva abandonou uma sessão no Senado após um bate-boca com parlamentares.

Valério afirmou: “A mulher merece respeito, a ministra, não”, e se recusou a se desculpar. O senador Marcos Rogério (PL-RO) disse à ministra: “Se ponha no seu lugar”.

— Leia a íntegra do comunicado do deputado:

“Não houve, em nenhum momento, ofensa pessoal à ministra Marina Silva. Quando usei a expressão ‘adestramento’, referi-me ao comportamento repetitivo e mecânico adotado por ela, que segue uma narrativa ideológica pré-fabricada, sem abertura para o diálogo técnico ou para o enfrentamento real dos problemas ambientais do Brasil. A crítica foi dirigida ao método, não à pessoa — e sigo afirmando: repetir argumentos sem resultado prático é adestramento.

Quanto à solicitação referente ao deputado Eduardo Bolsonaro e a outros parlamentares que vêm sendo perseguidos politicamente, minha postura foi de coerência com as ferramentas disponíveis desde a pandemia, que permitem o trabalho remoto. Trata-se de assegurar o pleno exercício do mandato, inclusive em situações excepcionais, como é o caso de parlamentares que possuem a necessidade de se ausentar do país sob ameaça por motivações políticas. Defender esse direito não é privilégio — é proteger a integridade da democracia e garantir condições igualitárias dentro do Parlamento.” As informações são do portal Estadão.

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