Sexta-feira, 10 de Outubro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 9 de outubro de 2025
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), respondeu nessa quinta-feira (9) a acusações de que teria atuado para derrubar na Câmara dos Deputados a medida provisória (MP) da taxação e criticou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. A proposta previa aumentar tributos e impulsionar a arrecadação do governo federal.
“Tenha vergonha, Haddad. Respeite os brasileiros, cortem gastos, pensem que a gente precisa governar, a gente precisa sair do palanque, a gente precisa trabalhar e fazer a diferença, que é isso que a gente está fazendo aqui em São Paulo”, afirmou o governador.
Aliados do governo consideraram o resultado uma “sabotagem política” e atribuíram parte da articulação a Tarcísio, elogiado publicamente por parlamentares da oposição.
Em vídeo publicado nas redes sociais, Tarcísio afirmou que “está trabalhando por São Paulo” e que sua gestão vem sendo alvo de uma “campanha de desconstrução de imagem por parte do PT”.
“Há meses, a gente vem sendo alvo de uma ampla campanha de desconstrução de imagem, reputação por parte do PT. Ofensas, mentiras, nas redes sociais, tudo certo, nada diferente do que a gente sempre viu”, disse.
Para ele, as acusações “beiram o absurdo”.
“Agora o PT quer me acusar de ter trabalhado para evitar que o governo cobre mais impostos da população. Estou trabalhando por São Paulo, para mudar a vida das pessoas, para fazer a diferença. É isso que a gente está fazendo.”
Medida
A proposta previa a unificação da alíquota de 18% do Imposto de Renda sobre rendimentos de aplicações financeiras, incluindo criptomoedas;
O aumento da CSLL de 9% para 15% para fintechs e instituições de pagamento;
Pretendia elevar de 12% para 18% a tributação sobre as bets, mas, diante de pressões, a alíquota manteve-se em 12%;
O plano de taxar títulos atualmente isentos, como LCIs e LCAs, foi retirado do texto por falta de apoio no Congresso. O objetivo era elevar a arrecadação federal e fechar o Orçamento de 2026.
Na votação na Câmara, foram 251 votos pela derrubada contra 193 para manter a medida em pauta. Após a derrubada da MP, com votos do Centrão, o líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), agradeceu o empenho de Tarcísio.
“Tarcísio, receba a nossa gratidão, o nosso reconhecimento por todo o seu empenho. Ele tem sido um gigante no diálogo com os presidentes de partidos de centro para que a gente possa fazer essa coalizão contra o aumento de impostos”, afirmou
Centrão
Todos os deputados presentes do PT (64), do PDT (14), do PSOL (13) e do PCdoB (9) deram votos para manter a MP em pauta e ser votada na Câmara.
Apenas o Novo teve todos os deputados presentes votando para retirar a MP da pauta: 5 votos.
O PL teve 73 votos pela derrubada, mas dois deputados do partido, Antonio Carlos Rodrigues e Nikolas Ferreira, votaram contra a retirada da MP da pauta. Ferreira disse em uma rede social que votou errado.
A maioria dos deputados do União Brasil (46), PP (40), Republicanos (29), PSBD (11) e PRD (3) votaram pela derrubada.