Segunda-feira, 29 de Setembro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 28 de setembro de 2025
De saída da presidência do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Luís Roberto Barroso fez um balanço de sua gestão que a única frustração de seu mandato foi ter afirmado que “nós derrotamos o bolsonarismo”, durante um congresso da União Nacional dos Estudantes em 2023.
Em conversa com jornalistas, o magistrado classificou a declaração como “infeliz” e disse que ela passou a impressão equivocada de que o STF agia contra um grupo político específico. “Foi a única vez em que não demonstrei respeito a quem pensa diferente, e pedi desculpa por isso”, disse Barroso, lamentando ainda não ter conseguido “pacificar” o País após os atos golpistas de 8 de Janeiro.
De acordo com o ministro, o episódio na UNE ocorreu em meio a protestos de estudantes que o impediam de falar. A intenção, sustentou, era criticar o extremismo. “Não foi o Supremo quem derrotou, foi a sociedade brasileira, no voto. A única coisa que faria diferente seria isso. O resto, acho que não.”
“Aqueles que gritam, que não colocam argumentos na mesa, isso é o bolsonarismo”, disse, em 2023. “Nós derrotamos a censura, nós derrotamos a tortura, nós derrotamos o bolsonarismo para permitir a democracia e a manifestação livre de todas as pessoas.”
Por outro lado, Barroso afirmou que sua passagem pela presidência ficará marcada pela defesa das instituições democráticas. Ele ressaltou que considera seu “empenho em impedir o voto impresso” uma das realizações mais importantes. “Embora tenha me custado um preço pessoal alto, de muito ódio, a começar pelo mesmo presidente (Jair Bolsonaro).”
Barroso comanda o STF desde setembro de 2023 e deixa o cargo nesta segunda-feira (29) para dar lugar ao ministro Edson Fachin.
O ministro ressaltou que considera seu “empenho em impedir o voto impresso” uma das coisas mais importantes que fez. “Acho que uma das coisas importantes que eu fiz, já não na presidência, mas aqui no Supremo; embora tenha me custado um preço pessoal alto, de muito ódio, a começar pelo mesmo presidente (Jair Bolsonaro), que depois se irritou.
“Hoje eu estou convencido de que o projeto de desacreditar o processo eleitoral, que era o ambiente para o golpe em caso de derrota eleitoral, com contagem pública manual”, afirmou. (Com informações da revista Carta Capital)