Quinta-feira, 12 de Junho de 2025

Home Política Desculpas a Moraes e “sem clima para golpe”: veja os 7 principais pontos do interrogatório de Bolsonaro no Supremo

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Em interrogatório no Supremo Tribunal Federal (STF) no âmbito da ação penal a que responde pela trama golpista, o ex-presidente Jair Bolsonaro negou, nesta terça-feira (10), seu envolvimento com uma tentativa de golpe de Estado e afirmou que “não havia clima” nem “margem sólida” para ações do tipo após sua derrota nas eleições de 2022.

Durante duas horas de questionamentos, Bolsonaro pediu desculpas ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, por críticas e ofensas proferidas pelo ex-presidente em uma reunião ministerial em 5 julho de 2022. Moraes é o relator do caso e é visto pelo bolsonarismo como adversário.

Veja os principais pontos.

1. “Sem clima”: durante seu interrogatório, Bolsonaro respondeu questões de Alexandre de Moraes que de fato discutiu com auxiliares a possibilidade de decretar Estado de Sítio após a vitória eleitoral do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2022. Segundo o ex-presidente, porém, as medidas foram descartadas e que não havia “clima”, “oportunidade” ou “base minimamente sólida” para uma tentativa de golpe no País.

2. Atos do 8 de Janeiro: Bolsonaro também afirmou que os atos de depredação ao Palácio do Planalto, ao Congresso e à sede do STF não constituíam uma tentativa de golpe porque “não havia liderança” e os envolvidos eram “pobres coitados”.

3. Pedido de desculpas a Moraes: o ex-presidente Bolsonaro pediu desculpas ao ministro Alexandre de Moraes e outros integrantes do STF por críticas e ofensas dirigidas a eles durante a reunião ministerial de 5 de julho de 2022.

Bolsonaro foi questionado por Moraes sobre declarações do ex-presidente de que ele e os ministros Edson Fachin e Luís Roberto Barroso, também integrantes da Corte, teriam recebido “milhões de dólares” para defender urnas eletrônicas.

“Não tenho indício nenhum. Era uma reunião para não ser gravada. Então, me desculpe, não tive intenção de acusar de desvio de conduta contra os três”, disse Bolsonaro.

4. Rejeição à minuta golpista: Bolsonaro negou que tenha tido acesso a uma minuta golpista, embora tenha admitido que se discutiu com auxiliares o que chama de “considerandos” sobre ações que poderiam ser tomadas após a sua derrota na eleição de 2022 depois que o PL foi multado em R$ 22,9 milhões por ligitância de má-fé por pedir apuração extraordinária dos votos.

Bolsonaro também relatou que “foram discutidas hipóteses de dispositivos constitucionais” e que “rapidamente foi decidido que nada se poderia fazer”.

5. Previsão de prisão de Moraes: Bolsonaro ainda negou que havia a previsão de prisão de autoridades, como indicou Mauro Cid em sua delação.

“Falar contra autoridades, sugerir prisão, isso aí na nossa reunião não estava previsto isso. O que estava previsto, e repito a vossa excelência que eu gostaria de ter acesso ao documento para discuti-lo. Se eu não estou tendo acesso, não tenho como discutir. As conversas eram bastante informais, não era algo proposto aqui. Nada disso aconteceu. Ver se existia alguma hipótese de algum dispositivo constitucional para ver se a gente atingia o objetivo que não tínhamos atingido no TSE, e isso foi descartado depois da primeira ou da segunda reunião”, disse.

6. Críticas ao sistema eleitoral: questionado por Moraes, Bolsonaro disse que recebeu do então ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira o relatório das Forças Armadas, que conclui que não havia vulnerabilidades no sistema das urnas eletrônicas brasileiras, e que “a partir do momento em que não se tem prova de nada, a gente acredita (no relatório)”.

Apesar disso, o ex-presidente levantou dúvidas sobre o sistema eleitoral. As urnas eletrônicas são usadas no país desde 1996, sem que nunca tenha havido a comprovação de fraudes.

“Da minha parte, eu vou continuar enquanto for possível buscando colaborar com o TSE para que não haja dúvida (sobre as urnas eletrônicas). Pode não ter havido nada no passado, mas a dúvida, eu acho que ela faz parte da democracia e da nossa vida, a crítica, e assim a gente vai continuar agindo, mas sem nenhuma intenção de afrontar o Judiciário”, disse Bolsonaro.

7. Evitar a “maior vaia da história”: o ex-presidente afirmou a Moraes que não passou a faixa ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) porque corria o risco de receber “a maior vaia da história do Brasil”.

“Sei que você [Moraes] não iria perguntar, mas seria uma explicação, porque alguns dizem que muita coisa aconteceu, porque eu não passei a faixa. Eu não passei porque eu não me submeteria a passar a faixa para esse atual mandatário que está aí”, explicou, referindo-se a Lula.

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